Edição 10 – novembro e dezembro 2010

 

A nova sede do IEE, tempos de renovação

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Editorial
Não perca o editorial entitulado “Nova sede, novos tempos”escrito pelo nosso diretor de patrimônio Nello Garbini.

Importante
E vem aí um dos mais importantes eventos que o Instituto promoverá.

Por dentro do IEE
Mais uma vez, nossa querida colaboradora Lucia de Andrade, nos traz um importante trabalho feito pelo o IEE: o GAPEB.

Aconteceu
Veja o sucesso que foi o último evento realizado no IEE.

Matéria Doutrinária
Nessa matéria, Luba Wojcik e Susana Wojcik, fazem uma profunda reflexão sobre uma data muito especial: o Natal.

Vai acontecer

Programação

Palestras e palestrantes

Expediente

Ed. 10 – Editorial

 

Nova sede, novos tempos

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por Nello Garbini, diretor de patrimônio

 

Como espíritos espíritas que somos, sabemos que o mais difícil no processo de renovação é a mudança interior, mas hoje vamos falar de outra mudança e que também não é de fácil aceitação: a mudança de sede.

Brevemente iremos para outro endereço. Nossa atual sede nasceu de um sonho gerado há mais de 60 anos e tinha como objetivo a formação educacional espírita de crianças e jovens.

Por isso, o prédio em que estamos tem o formato e dimensões de uma escola tradicional.

O Instituto Espírita de Educação, criado em 1949, fundiu-se em 1973 com o Centro Espírita do Itaim no atual endereço. No decorrer do tempo, com muito trabalho e certamente com orientação do plano espiritual, novos valores, pessoas, conceitos, visões e sonhos foram se agregando a esse núcleo que estava então se formando.

O uso, o tempo e os nossos orientadores espirituais foram progressivamente nos intuindo para a necessidade de um imóvel mais adequado às nossas práticas.

Estamos, portanto, há muito tempo em processo de mudança. No dia 18 de setembro, após uma reunião ordinária do conselho deliberativo do IEE, um grupo presente realizou uma visita formal à obra da nova sede para onde iremos nos mudar em breve. Nesse local foi realizada a “prece fundamental”, conduzida pelo Aldo Colassurdo e Geny Gonçalves, representantes dos antigos Instituto Espiritade Educação e Centro Espírita do Itaim.

Aldo fez uma prece emocionada sobre a importância do trabalho para o espírita, ressaltando que na nova sede haverá muito a ser feito, dando continuidade aos trabalhos já iniciados e abrindo espaço para novos projetos.

Por sua vez dona Geny proferiu também uma prece, lembrando que muitos companheiros já passaram pela instituição e que certamente continuam nos auxiliando “do lado de lá”.

Por tudo o que temos realizado, pelos antigos e novos colaboradores, nas áreas filantrópica, doutrinária e da educação, temos a certeza de que estamos no caminho certo.

Esta mudança representa novos tempos ao IEE e para nós que estamos comprometidos com o trabalho por nós mesmos e pelos nossos semelhantes.

A sede pode ser nova, mais moderna e adequada, mas os princípios, valores e compromissos espíritas serão mantidos e isso é o que importa, na nova sede e a qualquer tempo.

Índice Ed. 10

Ed. 10 – Capa – A nova sede do IEE, tempos de renovação

 

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Perspectivas da frente e da lateral da nova sede do IEE

Para quem não acompanhou a história, a questão era a seguinte: o atual prédio do IEE foi idealizado e construído para abrigar uma escola, que funcionou até 1999. Com o encerramento das atividades da escola, ficamos com o compromisso de saldar débitos fiscais, previdenciários e trabalhistas e com um prédio imenso, superdimensionado para as nossas atividades. As receitas advindas de doações e das contribuições dos associados não eram suficientes para honrar os compromissos. Tempo difíceis!

Tentamos estabelecer várias parcerias com outras instituições espíritas. Não deram certo porque cada entidade tem suas próprias diretrizes doutrinárias e percebemos que iríamos nos tornar um outlet espírita, onde cada um “compra na lojinha que preferir”. Trabalho sério dá trabalho. Tentamos, ainda, nos conveniar com um abrigo para idosos, mas descobrimos, quase ao fim do processo, que teríamos que demolir as paredes do andar térreo (exatamente o andar onde abrigaríamos os idosos) porque no projeto aprovado perante a Prefeitura, a edificação era aberta (sem paredes). Nosso prédio estava irregular. Para regularizarmos a edificação, suprimimos as paredes do térreo e a transformamos em estacionamento, mas não pudemos trazer os idosos.

A ideia da venda do prédio e as possibilidades de negociação já vinham sendo exploradas e as propostas vinham chegando à Diretoria. Era a hora de analisar o assunto de uma forma séria.

As propostas eram sérias, mas a ideia teria que enfrentar muitas resistências. Para isto, nosso então presidente, André Steagall Gertschenstein, nomeou uma comissão formada por Mauricio Romão, Rafael Dourado e por mim.

Fomos incumbidos de analisar todas as possibilidades de utilização do nosso prédio e todas as propostas negociais.

Começamos por analisar as possibilidades de utilização do nosso atual prédio e percebemos, surpresos, que não eramos capazes de aproveitar nem um décimo da capacidade da edificação. Tínhamos espaço demais ou atividades de menos.

Muito bem. Para aproveitarmos o espaço, o que poderíamos fazer? Nada sem antes promovermos uma reforma geral da infraestrutura, envolvendo elétrica, hidráulica, telhado e a estrutura em si, que demandava reforços. Teríamos, ainda, que adequar o imóvel às atuais exigências de acessibilidade, permitindo que pessoas com mobilidade reduzida também pudessem frequentar as nossas atividades. Os orçamentos chegaram e verificamos que precisaríamos gastar algo em torno de quinhentos mil reais! E isto, só para manter o que temos, sem acrescer nada. E o tão sonhado auditório? Ah! Eram quase outros quinhentos mil!

Com a ajuda de consultoria especializada, avaliamos o nosso prédio e verificamos que o real valor da propriedade estava no nosso terreno. Dois mil metros quadrados e uma localização privilegiada. Valia em torno de dez milhões de reais.

Passamos a analisar as propostas de compra e o custo para transferirmos nossa sede para outro lugar, não muito distante da nossa atual casa. Afinal, o que somos nós sem os nossos frequentadores?

Escolher um terreno, comprar o imóvel e construir um prédio não foi tarefa fácil. Algumas incorporadoras nos procuraram, propondo uma permuta por uma nova sede, com as características necessárias ao desenvolvimento das nossas atividades.

Foi assim que chegamos a desenvolver o primeiro projeto com os arquitetos da EPP, a empresa de arquitetura que hoje está responsável pela coordenação da nossa obra.

Foram muitos terrenos analisados e dezenas de propostas. Boa parte das propostas não resistiu à análise mais atenta: terrenos localizados em áreas onde o zoneamento não permite nossa atividade, documentação inadequada, restrições para a construção de prédios, localização ruim e por aí vai. Nem preciso apelar para a imaginação de ninguém. Levamos quase um ano até termos material consistente para apresentar aos nossos conselheiros.

Graças à capacidade gerencial do Maurício, estabelecemos um critério de atribuição de notas a todos os aspectos que a comissão considerava importante: valor da proposta, valor da permuta, retorno em dinheiro para futuros investimentos na expansão das atividades do IEE, distância da atual sede, dentre outros.

Com isto em mãos, pudemos fazer escolhas objetivas, que buscavam, em primeiro lugar, manter os trabalhos que hoje já desenvolvemos no instituto e permitir a sua ampliação. Além disto, as nossas atividades não poderia ser prejudicadas no período das obras.

Antes da reunião com o conselho, resolvemos levar as propostas para avaliação dos nossos associados e, para isto, marcamos uma audiência pública. A acolhida geral não poderia ter sido melhor.

Mais confiantes, enfrentamos o conselho que nos autorizou a seguir em frente com as negociações, respeitando os parâmetros estabelecidos na votação. Saímos confiantes, mesmo sem saber que seria o início de uma nova etapa, marcada por longas e duras negociações com corretores, empreiteiras e investidores (ai ai, minha evolução espiritual).

As negociações levaram mais oito meses, até conseguirmos chegar à melhor versão possível do contrato e à conclusão do anteprojeto de arquitetura, ao qual incorporamos todo o mobiliário e os equipamentos que deverão ser instalados em nossa nova sede.

Para garantir aos associados que não teríamos que passar por qualquer susto, mantivemos a posse e a hipoteca do atual prédio, até a entrega do novo edifício, que deverá estar pronto para funcionar no primeiro semestre do ano que vem. Vamos trocar as chaves.

A obra da nova sede, em terreno localizado na Rua Atilio Inocentti, 667, segue em ritmo avançado e temos até um blog, por meio do qual todos os associados podem acompanhála: www.novasede.blogspot.com

O IEE que resultará desta operação será maior, mais saudável e estará pronto para desenvolver projetos maiores e mais abrangentes.

Aprendemos muitas lições neste caminho, sendo que a primeira delas foi a do desprendimento. Nossos antecessores nos deixaram um bem valioso e não tínhamos recursos suficientes para cuidar de forma adequada de um patrimônio tão grande. Como resultado, o prédio vinha se deteriorando. Poucos sabem, mas no curso desse processo todo, partes da estrutura se despregaram e caíram sobre um carro no estacionamento, o que nos obrigou a fazer obras de emergência e, é claro, a indenizar o proprietário.

Muita coisa aconteceu e nosso IEE demonstrou maturidade ao passar por uma crise e por um longo processo de mudança. Esse processo, por vezes, dolorido, começou pelas mãos firmes da Irene, com a reorganização dos nossos cursos e trabalhos doutrinários, visando integrar todas as atividades desenvolvidas, além de vincular os nossos frequentadores à casa.

Na área filantópica, contando com a tenacidade e dedicação da Esterlita e seu time, passamos a desenvolver projetos próprios, trabalhando em parceria com a Karina, na diretoria de educação. Surgiu o projeto de apoio às gestantes que é um sucesso.

Ainda, graças ao saneamento de nossas finanças, conduzido com transparência e seriedade pelo Garcez, saldamos todos os nossos débitos, o que nos possibilitou ter a documentação necessária para a transação. Esse processo demandou três anos de muito trabalho, capitaneado de maneira corajosa pelo André e pelo Passarinho, que aceitaram a missão de assumir a presidência em uma das etapas mais turbulentas da nossa instituição.

A crise sempre nos traz oportunidades de mudança e de crescimento, quando sabemos lidar com ela. No nosso caso, a crise nos possibiltou enxergar, sob uma perspectiva renovada, os reais papéis de nossa instituição. Tivemos que fazer escolhas e, por vezes, escolhas duras. Mas esse processo foi fundamental para que pudessemos concluir com tanta segurança pela venda do prédio, inaugurando uma nova fase para o IEE.

Hoje, com a mudança, temos não só uma nova sede, mas novos desafios pela frente, diante dos recursos que nos foram confiados por aqueles que nos antecederam na tarefa.

É responsabilidade de todos nós aplicarmos os valores que recebemos em contrapartida à venda, de forma a ampliar as nossas atividades, buscando multiplicar “os peixes e os pães” que colhemos no caminho.

E, antes que vocês nos perguntem o que vamos fazer com o dinheiro, já esclareço: Não! Não vamos abrir uma peixaria, nem uma padaria.

Os recursos advindos da transação, por determinação do nosso estatuto, foram aplicados. Podemos utilizar os rendimentos para o custeio de nossas atividades, mas a utilização dos recursos aplicados depende da aprovação de projetos que demonstrem sua sustentabilidade. Isto porque é muito fácil implantar um novo projeto, mas mantê-lo, é outra conversa.

Para não repetirmos os erros do passado, foi criada uma outra comissão que analisa os projetos encaminhados pelos associados. Se a idéia for aprovada, a comissão a apresenta ao conselho e, finalmente, à Assembléia Geral que a aprova ou não.

É um processo difícil, podem dizer alguns, mas foi a melhor maneira que encontramos para contar com a participação de todos no processo decisório quanto à aplicação dos novos recursos.

Somos todos responsáveis pelo destino da nossa instituição. É isto que queremos.

O nosso IEE está crescendo e temos, agora, a responsabilidade de multiplicar nossos recursos, transformando-os em oportunidades para os menos favorecidos.

Agora, meus amigos, os talentos estão em nossas mãos.

Índice Ed. 10

Ed. 10 – Por dentro do IEE – Grupo de apoio ao paciente Eurípedes e Bezerra - GAPEB

por Lucia Maria Silva de Andrade

Continuando a nossa série Por dentro do IEE, vamos conhecer nesta edição mais alguns trabalhos de nossa casa. 

Na edição anterior conhecemos o setor de Atendimento Fraterno e como é feito o Tratamento Espiritual, recordam-se?

Agora veremos outro tipo de trabalho que exige além de disciplina, dedicação e conhecimento: Grupo de Apoio ao Paciente Eurípedes e Bezerra – GAPEB.

Mas o que é o GAPEB?

- É um grupo que atende, por meio do passe, pessoas que não tenham condição de se locomover até a casa espírita, tanto nas residências quanto em hospitais. O atendimento é limitado ao paciente. Horário: Terças-feiras, das 19h30 até às 22h

E como é feito esse atendimento? A captação de pacientes se dá por meio do preenchimento de fichas específicas, que são disponibilizadas no Atendimento Fraterno. Essas fichas passam por uma triagem da administração do trabalho. As pessoas escolhidas têm o período de atendimento determinado (1 a 3 meses), tempo que pode ser renovado de acordo com a avaliação das equipes responsáveis pelo atendimento.

Compostas por grupos de três voluntários, as equipes se reúnem no IEE ao início dos trabalhos para uma prece inicial. Na sequência, seguem para os atendimentos, limitados a três por noite de trabalho, ou aproximadamente três horas de duração.

No local de atendimento, é feita a leitura de uma mensagem, visando preparar o ambiente, uma prece, e em seguida, aplicado o passe.

Os pacientes visitados devem necessariamente, se conscientes, concordar com a aplicação do passe. No caso de inconsciência, um parente próximo deve garantir que o paciente não teria discordância com o procedimento – e a coordenaçãodo trabalho decidirá se está confortável com este aspecto.

O tempo de tratamento varia de caso a caso, mas sempre há uma reavaliação, a cada intervalo de três meses.

O trabalho foi concebido para atendimento tanto em residências quanto em hospitais. No momento, estamos realizando atendimentos apenas em residências, mas não significa que pacientes em hospitais não poderão ser incluídos quando houver expansão das atividades do trabalho.

O passe não é a cura em si. É o instrumento que nos é oferecido para levar auxílio àqueles que necessitam paz, tranquilidade, esperança, renovação energética.

A cura, propriamente dita, é tarefa individual e indelegável, e cada espírito pode escolher o que fazer com a ajuda recebida. É importante que não se crie a expectativa da cura física com o passe, tendo em vista que em muitos casos a enfermidade é uma escolha de reencarnação.

O que pode ser esperado é uma ajuda que permite que o indivíduo atravesse o seu processo de crescimento da melhor forma.

Outro trabalho imprescindível numa casa espírita é a assistência espiritual dispensada a encarnados e desencarnados. O trabalho realizado às segundas-feiras das 20h às 21h, compõe-se de três etapas:

- leitura e comentários a respeito do Evangelho segundo o espiritismo e literatura complementar (no momento estamos lendo o livro Espírito da Verdade, psicografado por Chico Xavier, com mensagens de várias entidades: Emmanuel, André Luiz, Meimei, etc.),

- comunicações mediúnicas, por meio de psicografia e psicofonia, complementando os temas alvo de estudo e/ou orientações a entidades necessitadas de ajuda,

- irradiação atendendo aos pedidos de frequentadores do IEE, encaminhados pelo Atendimento Fraterno.

Para entendermos melhor esse trabalho, darei uma breve explicação sobre o que são as comunicações mediúnicas, psicografia, psicofonia e irradiação, com base nos textos de Hermínio Miranda, em Diversidade dos Carismas.

Para existir a comunicação mediúnica, é necessário a presença de um médium, que é todo aquele que sente num grau qualquer, a influência dos espíritos. Na prática, médium é aquele que consegue traduzir, por um efeito patente, a ação dos espíritos.

As condições para que esse fenômeno (comunicação) ocorra é a imprescindível afinidade e sintonia entre espírito e médium, condições ambientais favoráveis, permissão da espiritualidade superior, necessidade da comunicação, vontade do espírito em comunicar-se e vontade do médium em se dispor ao processo, além de estudo e responsabilidade por parte do médium.

Nos trabalhos mediúnicos é comum existirem “comunicações mediúnicas” (espírito comunicante) e “comunicações anímicas” (próprio médium).

É importante que o dirigente, o grupo mediúnico e o médium aprendam a distinguir os dois tipos de comunicação. É importante que o animismo não exista quando o trabalho espiritual é destinado à manifestação de espíritos desencarnados, em especial nos trabalhos de desobsessão. Da mesma forma, é importante, nos trabalhos de desenvolvimento mediúnico, que seja distinguido claramente, com transparência e franqueza.

O animismo, se não percebido e conduzido adequadamente, pode levar ao autobloqueio da faculdade mediúnica e ao estabelecimento de viciações que podem por a perder todo o trabalho de uma equipe mediúnica.

Geralmente, a primeira questão que surge em nossa mente, quando sefala em comunicação mediúnica, sobretudo em se tratando da psicofonia, é como ocorre ou se há de fato a “incorporação” do espírito pelo médium.

É importante deixar claro que a literatura espírita classifica como inadequado o termo incorporação, utilizando os termos passividade ou, mais apropriadamente, oportunidade, para designar a comunicação mediúnica, seja por psicografia ou psicofonia.

Hermínio Miranda também diz que existem duas situações básicas que podem ocorrer nas comunicações mediúnicas. Na primeira, o espírito comunicante induz o médium a se expressar, convertendo seus pensamentos em palavras ou escrita (psicografia); no segundo caso, o espírito comunicante se apossa mais amplamente nos controles mentais do médium, podendo manifestar não somente suas idéias como também sua língua, seu tom de voz, seu sotaque, trejeitos e demais características pessoais (psicofonia).

E por último, a “irradiação”, que segundo o dicionário, é o ato ou efeito de emitir ondas, lançar raios de luz, de calor ou vibrações. Em termos de espiritismo, a definição para irradiação é: transmissão de fluidos espirituais à distância. No processo da irradiação, transmitimos aos outros, pelo mecanismo da força mental, a carga de força vital que dispomos para doar. A irradiação se faz à distância, projetando o nosso pensamento e sentimentos em favor de alguém, movimentando as forças psíquicas através da vontade.

Para participar desses trabalhos (embora seja um grupo fechado), é necessário ter base sólida da doutrina espírita e ter frequentado cursos referentes ao evangelho e à mediunidade. O grupo existe há mais de 20 anos, participando, ativamente, dos trabalhos realizados pelo IEE.

Na próxima edição, veremos mais alguns grupos de atendimento e de estudos na Nossa Casa.

Até lá. Abraços.

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Ed. 10–Matéria doutrinária – Reflexões sobre o Natal

por Luba e Susana Wojcik

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O planeta Terra vive um momento de muitas transformações. Percebemos o agito em todos os níveis. A nossa sensibilidade mais aguçada detecta uma imensidão de energias em convulsão, como se colocássemos água para ferver, e esta, chegando ao ponto de ebulição, movimenta-se freneticamente deslocando os átomos que compoem a sua estrutura num vai-vem descontrolado.

A Terra passa por um momento de ebulição das consciências que a habitam.

Acompanhamos as ocorrências metereológicas que causam catástrofes como jamais vistas antes pela comunidade terrena; os terremotos e maremotos devastando as zonas habitadas, ceifando milhares de vidas e destruindo o habitat; a violência urbana gerada pelo desrespeito aos direitos do próximo demonstrando o atraso moral em que ainda permanece uma minoria, apesar dos avanços do bem em se fixar em regime de permanencia ; a violência doméstica cada vez mais desnudada, revelando a condição moral precária das almas enfermas em atitudes abusivas para com os cônjuges e a prole; o desrespeito à infância do espírito reencarnado, em que milhares de reeducandos são vítimas dos desequílibrios sexuais de adultos inescrupulosos; a ganância de almas criminosas que corrompem os menos preparados e fracos, iludindo-os com falsas promessas, arregimentando-os para promover crimes dos mais perversos, criando um conúbio de dependência doentia gerando graves tributos que se alastrarão para futuras reencarnações dolorosas; a falta de tolerância entre os que dividem o mesmo teto, que se propaga além das paredes do lar inundando as salas de aula, as vias públicas, as rodovias, e até o ambiente de trabalho.

A turbulência está aí.

A Terra se agita e todos registramos em um nível ou outro esta ocorrência. É o momento de transição que vivencia a comunidade terrena. É o momento de transição para cada ser que habita este orbe.

É o momento de definitivamente optarmos em seguir o caminho do bem, ou permanecermos na indiferença que compactua com as sombras que temporariamente envolvem a Terra.

Jesus, o grande pacificador das almas vinculadas a este planeta, nos conclama permanentemente à prática do bem, que se desdobra em perdão, tolerância, paciência, compreensão, solidariedade e empatia.

Em todos os registros dos Evangelhos de Lucas, de Mateus, de João e de Marcos, temos a convocação do Mestre para a prática do amor incondicional a fim de obtermos a paz de espírito e tranquilidade de consciência.

Este Ser de Luz que governa o nosso planeta, segue permanentemente os passos de cada um de nós, seus tutelados, inspirando-nos para a realização do que for necessário para nos desvencilharmos do peso do sofrimento que acarretamos para nós mesmos.

A sua eterna receita é o amor.

Somente através do amor é que construiremos a nossa paz interior, contagiando as demais consciências com o nosso bem-viver e bem-estar.

A Terra poderá continuar agitada e convulsiva, porém nós estaremos com a consciência pacificada, pois estaremos contribuindo para a recuperação da grave doença que a atinge.

Festejamos o Natal em homenagem a este Ser de Luz que o Criador designou para acompanharnos e orientarnos nesta empreitada de aquisição da sabedoria e do amor que garantem a nossa felicidade futura.

Que possamos refletir sobre as verdades eternas enquanto participamos dos festejos natalinos, sempre buscando a elevação espiritual para que Jesus continue nos inspirando à prática do amor puro e verdadeiro que liberta o ser do sofrimento.

Espalhemos alegria, otimismo, e estusiasmo a todos os seres que as recompensas virão: a paz para a consciência e plenitude para o espírito.

Que este clima festivo possa se estender através dos dias, semanas e meses que compoem o ano, para que cada dia se transforme em dia de Natal para todos nós.

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Ed. 10 – Vai acontecer no IEE

por Maria Inez Batista Araujo e Esterlita Moreira

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As oficinas de artesanato e costura do IEE irão expor os produtos elaborados pelas voluntárias no Bazar do Bem Possível do Clube Pinheiros.

Dias: 4, 5 e 6 de novembro
Horário: das 10h às 19h
Local: Clube Pinheiros - Salão de Festas
Rua Tucumã, 36

Entrada gratuita
Não Perca!

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Ed. 10 – Importante – Campanha de natal do IEE

 

imageOs interessados em colaborar com a campanha, podem retirar as sacolinhas na secretaria, de 2ª à 6ª feira, das 15h às 21h.

 

 

 

 

 

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Ed. 10 – Aconteceu no IEE – Seminário de Clayton Levy

por Sandra Dourado

Palestra Clayton PB

Palestra Clayton PB 2

 

 

 

 

 

 

No último dia 2 de outubro, foi realizado no IEE o seminário “A mediunidade na sociedade moderna”.

O jornalista, orador e médium espírita Clayton Levy desenvolveu este importante tema com simplicidade e didática durante 90 minutos, propiciando ao público de cerca de 60 pessoas esclarecimentos e orientações práticas para o exercício seguro da faculdade mediúnica à luz da doutrina espírita.

Após a palestra, Clayton respondeu diversas perguntas formuladas pelos presentes e autografou livros de sua produção psicográfica, tais como: Sublime convite, Diretrizes espíritas, o Homem de bem, Mediunidade e Auto-conhecimento, Mediunidade e Libertação, Jesus e sempre!

Clayton, além das tarefas mediúnicas e de difusão da doutrina espírita, dirige a creche Gustavo Marcondes, ligada ao centro espírita Allan Kardec na cidade de Campinas, em São Paulo.

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Ed. 10 – Programação

 

Filantrópica

CURSO PARA GESTANTES
Curso com o objetivo de informar e acolher a gestante, com orientações, para uma melhor qualidade de vida para ela e seu bebê. É apresentado em cinco encontros ministrados por uma equipe multidisciplinar voluntária, composta por: médico, psicólogas, nutricionista, pedagoga e assistentes sociais.
4ªs feiras das 15h às 17h.

ENCONTRO COM PEDIATRA
Com o objetivo de incentivar o aleitamento materno e tirar dúvidas das mães.
4ªs feiras às 13h30, 1 vez por mês.

OFICINA DE COSTURA, TRICÔ & CROCHÊ
Na oficina são produzidas peças que compõem o kit enxoval dos bebês do curso para gestantes e que também são vendidos no IEE Ateliê.
3as e 5as feiras das 14h30 às 16h30.
Inscrições abertas

 

Doutrinária

Curso de Iniciação ao con hecimento do Espiritismo
Oferece ao aluno conhecimentos básicos da doutrina espírita, para que ele possa ingressar nos cursos de Educação Mediúnica ou de Evangelho.
Profs. Glaucia Savin e Amilton de Souza Maciel Nas
4as feiras das 20h às 21h30.
Novas turmas em fevereiro de 2011.

Curso de Desenvolvimento e Educação Mediúnica
Visa educar e treinar o médium através de estudo e do exercício da prática mediúnica, proporcionando segurança no processo das manifestações espirituais.
1º ano - Profs. Irene Gaviolle e Soraia Oliveira Gatto.
2º ano - Profs. Norberto Gaviolle e Sílvia Coqueiro.
Nas 4as feiras das 20h às 22h.
Novas turmas em fevereiro de 2011.

Curso de Evangelho
Oportuniza o estudo de uma das obras básicas da doutrina espírita: O Evangelho Segundo o Espiritismo, oferecendo ao aluno conhecimentos evangélicos como base para a sua evolução moral.
Das 20h às 22h - Profs. Sônia Maria de Oliveira e Adriano Melito. Novas turmas em fevereiro de 2011.

Atendimento Fraterno
Destinado a qualquer pessoa que procure a casa espírita. Visa esclarecer e orientar, de forma preliminar, sobre o contexto espírita, além de encaminhar para atividades e atendimentos segundo suas necessidades.
2as e 5as feiras às 20h e 4as feiras às 13h.

Palestras e Passes
2as e 5as feiras às 20h e 4as feiras às 12h.

PALESTRAS: A partir de 19/03/2011 (SÁBADOS)
Das 10h às 11h

EDUCAÇÃO ESPÍRITA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE
Este trabalho tem por objetivo desenvolver o potencial de amor e sabedoria presente na criança e no jovem, ampliando qualidades interiores fundamentais para a construção de uma sociedade sintonizada com os ensinamentos do mestre Jesus.

Início: 12 de março de 2011 – (SÁBADOS)
das 10h às 11h30
Faixa etária: dos 3 aos 18 anos

Educacional

CURSO DE INFORMÁTICA BÁSICA I
4as feiras das 19h às 21h.
Sábados das 11h às 13h.

CURSO DE INFORMÁTICA BÁSICA II
Proporciona a inclusão digital do aluno, permitindo acesso á internet.
3as feiras das 19h às 20h30.

CURSO DE INGLÊS BÁSICO
Oferece uma aproximação com a língua inglesa abrindo portas para um mundo globalizado.
2as feiras das 20h às 21h.
4as feiras das 18h50 às 20h.

OFICINA DE ARTESANATO
3as e 5as feiras das 14h30 às 16h30.
Inscrições abertas.

CURSO DE ALFABETIZAÇÃO PARA ADULTOS Proporciona a educação básica através do conhecimento das letras e da leitura com interpretação de textos.
3as, 4as e 5as feiras das 14h30 às 16h30.

Índice Ed. 10

Ed. 10 – Palestras e palestrantes

 

NOVEMBRO - Segundas às 20h
Dia 01 - Feriado
Dia 09 - Voltou, mas esqueceu - Passarinho
Dia 15 - Feriado
Dia 22 - Perante a enfermidade - Marcelo Saad
Dia 29 - Esperança no amanhã - Lélia G. Gouveia

NOVEMBRO - Quartas às 12h
Dia 03 - Obsessão: como combatê-la - Lúcia Andrade
Dia 10 - Mortes e a elaboração do luto - Silvia Coqueiro
Dia 17 - Evangelho no lar - Anna Marina
Dia 24 - Conversando sobre a Mediunidade - Eliana Galassi

NOVEMBRO - Quintas às 20h
Dia 04 - Conflitos conjugais - Carlinês de Moraes
Dia 11 - Pensamento - sintonia e energia - Marilson Alves Gonçalves
Dia 18 - Solidariedade - Osvaldo Coltri
Dia 25 - Amar aos inimigos – Passarinho

DEZEMBRO - Segundas às 20h
Dia 06 - Hoje em dia e o espiritismo - Lúcia Andrade

DEZEMBRO - Quartas às 12h
Dia 01 - Hoje em dia e o espiritismo - Wilma Badan Gonzales
Dia 08 - Educação espírita infanto-juvenil - Luba Wojcik

DEZEMBRO - Quintas às 20h
Dia 02 - Hoje em dia e o espiritismo - Wilma Badan Gonzales
Dia 09 - Educação espírita infanto-juvenil e a família - Rafael Dourado

Índice Ed. 10

Ed. 10 – Expediente

 

Editor Chefe: Rafael Berlese de Matos Dourado
Coordenação: Karina Jaccard
Jornalista Responsável: Bárbara Moreira (55.466/SP)
Revisão Geral: Sandra Maria Mello Dourado
Diagramação: José Luiz Mendieta Filho
Colaboradores: Esterlita Moreira, Gláucia Savin, Luba Wojcik, Lúcia Maria Silva
de Andrade, Maria Inez Batista Araújo, Nello Garbini, Sandra Dourado, Susana Wojcik.

Uma publicação: IEE - Instituto Espírita de Educação
www.institutoespirita.blogspot.com
Rua Leopoldo Couto Magalhães, 695 - Itaim Bibi - SP
e-mail secretaria@ieesp.org.br
Telefone 11 31676333

Presidente: Maurício Ferreira Agudo Romão
Vice-Presidente: Rafael Berlese de Matos Dourado
Diretoria Doutrinária: Sandra Maria Mello Dourado
Diretoria de Educação: Maria Inez Batista Araujo
Diretoria Filantrópica: Esterlita Moreira
Diretor de Patrimônio: Nello Garbini
Diretor Financeiro: Luiz Carlos Palma
Vice-Diretor Financeiro: Adriano Melito
Primeira Secretária: Lúcia Maria Silva de Andrade
Segunda Secretária: Cláudia Garbini

Índice Ed. 10

Edição 09 – setembro e outubro 2010

 

imageKardec e a doutrina espírita hoje
“...por trás de um efeito inteligente,
há que haver uma causa inteligente.”

 

 

 

 

 

Editorial
Assinado pelo colaborador Adriano, o editorial deste mês fala sobre a divulgação da doutrina espírita pela chamada sétima arte.

Importante
Saiba como participar da prece para registrar a construção do novo prédio do IEE.

Por dentro do IEE
Lucia fala sobre a importância do atendimeto fraterno e o tratamento espiritual para as pessoas necessitadas que procuram ajuda aqui no IEE.

Vai acontecer
Reserve um espaço em sua agenda para os principais eventos em prol da doutrina espírita

Matéria Doutrinária
Não perca na última página o relato contundente do Sr. Aldo ao meditar sobre a última mensagem deixada por Kardec em sua capela, no importante Cemitério Pére Lachaise, em Paris.

Especial
21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo

Aconteceu no IEE

Expediente

Programação

Palestras e palestrantes

Ed. 09 – Editorial

por Adriano Melito

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“Se outros povos atestaram o progresso, pelas expressões materializadas e transitórias, o Brasil terá a sua expressão imortal na vida do Espírito, representando a fonte de um pensamento novo, sem as ideologias de separatividade, e inundando todos os campos das atividades humanas com uma nova luz” (Prefácio de Emmanuel em Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho). Em abril de 1857, Allan Kardec publicou o Livro dos Espíritos dando início a divulgação da doutrina espírita, que hoje, não por acaso, tem no Brasil sua maior representação. Dentre os vários divulgadores da doutrina, temos Chico Xavier como representante de maior expressão, seja por seus mais de 400 livros publicados, bem como exemplo de missionário dedicado na seara do bem. Graças a esse esforço da mais pura doação, nosso irmão Chico deixou vastas obras educativas, esclarecedoras e consoladoras, disponíveis através de suas incontáveis páginas e que, para além dos livros e do teatro, passam a migrar para a conhecida sétima arte, o cinema, dando maior amplitude para a divulgação da doutrina. Esse importante movimento iniciado em 2008, com Bezerra de Menezes – O Diário de um Espírito, filme de baixo orçamento e modesta produção, superou todas as expectativas, sendo considerado o “fenômeno cinematográfico do ano”. Assistido por mais de 450 mil pessoas o sucesso obtido abriu caminho para explorar esse tema cujos romances e obras singulares poderão ser convertidas em novos filmes. Face ao sucesso percebido, em abril de 2010, com o objetivo de comemorar o centenário de Chico Xavier, chegou aos cinemas Chico Xavier, baseado no livro do jornalista Marcel Souto Maior, intitulado As Vidas de Chico Xavier. Este filme foi um sucesso de bilheteria, salas lotadas, 3 milhões de espectadores, e literalmente aplaudida tal qual estivessem assistindo a uma peça de teatro. Sua história não só sensibilizou espíritas, mas uma parcela importante da população que não conheciam a fundo sua vida dedicada. Com tanto sucesso, está previsto para setembro próximo o filme Nosso Lar, baseado no livro psicografado por Chico Xavier, sucesso de vendas e que está sendo estudado por gerações. Com características de superprodução, o filme descreve a chegada de André Luiz ao plano espiritual, e após período de transição é levado à Colônia Espiritual Nosso Lar, de onde surge o nome do filme. Promete ser mais uma bela obra que certamente terá o papel de contribuir na divulgação nacional e internacional do espiritismo, e confirmar a posição do “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”. Bravo!

Índice edição 09

Ed. 09 – Capa – Kardec e a doutrina espírita hoje

por André Steagall Gertsenchtein

Professor Rivail 

Hippolyte Leon Denizard Rivail nasceu em Lyon, em 1804. Comandava a França então Napoleão Bonaparte, espírito de larga experiência na condução de povos1, com missão de grande importância na França, infelizmente comprometida em parte por sua ambição de conquistador.

Tendo realizado seus estudos fundamentais em Lyon, Rivail ingressou no Instituto Pestalozzi, em Yverdun, Suíça, guardando profunda impressão deste e de seu método educacional.

Concluiu seus estudos2 e se estabeleceu em Paris. Foi membro da Academia Real d’Arras, que premiou em 1831 seu trabalho “Qual o sistema de estudo mais em harmonia com as necessidades da época?”

Casou-se em 1832 com Amélie Boudet, professora primária nove anos mais velha que ele e sua grande companheira durante a tarefa que realizaria mais tarde.

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Após duas experiências empresariais mal sucedidas, Rivail passa a trabalhar fazendo a contabilidade de algumas empresas e, mais tarde, passou a escrever apostilas e livros pedagógicos inspirados nos métodos de Pestalozzi3.

Nascido em uma família de magistrados e advogados, Rivail desde cedo manifestou seu amor pela ciência, pelas letras e, principalmente, pela educação.

Sua formação humanística, progressista, voltada à análise profunda e sintética ao mesmo tempo (reflexo das qualidades de seu espírito) deram a ele as ferramentas para que pudesse, a partir de seu primeiro contato com os espíritos, receber destes os conhecimentos que se tornariam a doutrina espírita.

Primeiro contato com os espíritos

Rivail não teve qualquer contato com os espíritos até 1854, quando tinha 50 anos.

Sempre manifestou interesse em estudar o magnetismo, já popularizado na época por Mesmer4.

Nesta ocasião, em função de seus estudos sobre o Magnetismo, conheceu um magnetizador (Fortier) que mencionou, pela primeira vez, o fenômeno das mesas girantes. Ao ouvir deste que “... o que era bem mais extraordinário é não apenas se fazia mesas girarem, como estas também falavam”, Rivail, sempre prudente, respondeu que “... crerei quando vir, e quando conseguir provar-me que uma mesa dispõe de cérebro para pensar, nervos para sentir...”.

Mas resolveu investigar o assunto. Percebeu, rapidamente, que as mesas girantes – e outros fenômenos correlatos – de fato traziam efeitos inteligentes, pois respondiam a perguntas de forma inequívoca. Rivail concluiu, então, que “...por trás de um efeito inteligente, há que haver uma causa inteligente”. E resolveu perguntar à causa inteligente o que ela era.

Esta respondeu que era um espírito, dando início às comunicações de Rivail com o plano espiritual. Mais tarde recebeu uma comunicação de seu espírito protetor, mencionando tê-lo conhecido durante encarnação anterior nas Gálias, quando, como Druida Gaulês, Rivail era chamado Allan Kardec, nome que Rivail passou então a adotar em todas as suas atividades ligadas aos espíritos.

A presença de Kardec nas reuniões mediúnicas deu a estas um caráter completamente diferente daquele que existia até então: passaram a ser reuniões de perguntas sérias feitas aos espíritos, cada qual recebendo uma ou mais respostas – confirmando as anteriores – também sérias.

Este sistema, de receber mensagens de confirmação, Kardec usou até o fim de sua vida. Às vezes as mensagens eram confirmadas por outras recebidas em cidades distantes ou até mesmo em outros países.

Em 1856 recebe do Espírito Verdade a revelação de sua missão. Na Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita, abrindo O Livro dos Espíritos, Kardec pondera que “para se identificarem coisas novas são necessários termos novos.” Cria, assim, em oposição ao termo genérico espiritualismo (que ele define como a doutrina que acredita em algo além da matéria), o termo “espiritismo”, definindo o conjunto de princípios detalhados em seus livros.

A “Obra Básica”

A chamada “Obra Básica” de Kardec (O Livro dos Espíritos, O que é o Espiritismo, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno, A Gênese e Obras Póstumas) constitui valioso conjunto de ensinamentos expostos de forma didática e concisa.

Além das obras mencionadas, Kardec editou também a Revista Espírita, de janeiro de 1858 a março de 1869, quando faleceu.

No Livro dos Espíritos (publicado em abril de 1857), Kardec dirige à equipe de espíritos responsáveis por sua tarefa, liderados por aquele que se intitulou “Espírito Verdade”5, 1018 questões, nas quais aborda os temas mais variados.

Fizeram parte da equipe de espíritos São Luis6, Santo Agostinho7 (que ditou a conclusão do Livro dos Espíritos), Paulo de Tarso (o apóstolo), Platão e Lamennais8, entre muitos outros. Kardec publica, em seguida, O que é o Espiritismo (1859), pequeno volume destinado a apresentar as “Noções elementares do mundo invisível pelas manifestações dos Espíritos com os resumos dos princípios do Espiritismo e resposta às principais objeções que podem ser apresentadas”9.

O Livro dos Médiuns (janeiro de 1861) detalha as questões relativas às comunicações com o mundo dos espíritos.

Constatando serem os espíritos de naturezas tão variadas quanto as dos encarnados, Kardec estuda o fenômeno mediúnico e estabelece critérios para seu exercício, procurando fazer da mediunidade instrumento de crescimento e de auxílio aos necessitados.

É nesta obra que Kardec ensina critérios seguros para avaliar as informações recebidas através da mediunidade.

O Evangelho segundo o Espiritismo (abril de 1864) trata do aspecto moral da doutrina. Kardec, de forma muito sábia, pondera que “As matérias contidas nos evangelhos podem ser divididas em cinco partes: os atos comuns da vida do Cristo; os milagres; as predições; as palavras que serviram para o estabelecimento dos dogmas da Igreja e o ensino moral.

As quatro primeiras tem sido objeto de controvérsias, a última, contudo, permanece inatacável...”. Usando de bom senso, Kardec baseia o Evangelho Segundo o Espiritismo (ESE) apenas nos ensinamentos morais de Jesus, que constituem toda a base moral da doutrina espírita. No ESE, trechos do Evangelho – sempre tratando da parte moral – são comentados pelos espíritos da Equipe do Espírito da Verdade e pelo próprio Kardec. O Céu e o Inferno (agosto de 1865) estuda o destino dos espíritos após a desencarnação, segundo sua condição moral.

Traz “... numerosos exemplos sobre a real situação do espírito durante a morte e depois desta”, com grande número de comunicações com espíritos em todas as condições: felizes, sofredores, arrependidos, revoltados, suicidas.

Trata das “penas e gozos futuros”, ou seja, das recompensas e sofrimentos resultantes das nossas ações em vida. Kardec explora nesta obra a visão espírita sobre os conceitos de “Inferno” e de “Céu”, em contraposição aos pregados, na época, pela igreja católica. Derruba, pela lógica e por meio das comunicações recebidas, o conceito das “penas eternas”, esclarecendo que ao espírito sempre há a alternativa de recuperação.

Aborda a visão espírita dos “anjos” e dos “demônios”. Chama a atenção, entre as comunicações, um caso raro de manifestação logo após o falecimento (Espíritos Felizes, Sanson, ex-membro da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas), o relato de um espírito suicida (O Ateu), e o de um criminoso executado através da guilhotina (Lemaire), entre inúmeros outros.

A Gênese (janeiro de 1868) analisa a criação do mundo (origem de seu título), os milagres e as predições segundo o espiritismo. Em A Gênese, Kardec detalha mais o perispírito, já abordado no Livro dos Médiuns, e também um dos temas mais interessantes do mundo espiritual: os fluidos, base da matéria lá encontrada e do próprio perispírito. Completa o conjunto o interessante volume Obras Póstumas, coletânea de trabalhos e opiniões inéditas de Kardec, publicados em 1890 pela Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.

Nele se encontra um grande conjunto de anotações de Kardec sobre o início de suas atividades na doutrina, e também suas previsões sobre o futuro do espiritismo.

É uma obra que reflete todo o amadurecimento de Kardec durante os doze anos de intensa atividade codificando a doutrina espírita. Trata lá da bicorporeidade, da obsessão, da música celeste e de outros temas. Kardec ainda fez publicar um periódico, a Revista Espírita, de janeiro de 1858 até seu falecimento, em março de 1869, com conteúdo de altíssima qualidade e infelizmente pouco estudado pelos espíritas em geral.

A Revista Espírita traz comunicações e informações de grande interesse e valor histórico.

Kardec faleceu em Paris, em 31 de março de 1869, aos 65 anos, pela ruptura de um aneurisma, apenas quinze anos após seu primeiro contato com os espíritos e doze anos após a publicação de O Livro dos Espíritos.

Não deixa de ser um exemplo àqueles que acham que com 50 anos “estão velhos”... Kardec e a doutrina espírita hoje Além de sistematizar os ensinamentos da Equipe de “A Verdade”, Kardec criou uma doutrina que escapou da organização tradicional das religiões.

Não há, no espiritismo, um líder supremo.

O espírita deve buscar, acima de tudo, sua reforma moral.

A doutrina espírita prega um Deus bondoso, cuja justiça é educativa, e não punitiva.

Esta liberdade, ao mesmo tempo que garantiu que a doutrina não passasse a ser propriedade de uma hierarquia (como aconteceu com as demais religiões organizadas) criou alguma confusão em relação ao que de fato pode ser considerado espiritismo ou não.

É espiritismo o que é compatível com os princípios pregados por Kardec. É por isso que estudar Kardec continua a ser a forma mais segura de aprender o espiritismo, permitindo, depois, o estudo de todas as obras de qualidade que surgiram após seu falecimento.

Kardec e Chico

Após o falecimento de Chico Xavier10 muitos espíritas passaram a especular sobre as identidades de Chico e de Kardec, entendendo ser Chico a reencarnação de Kardec. Há aqueles que defendem esta tese (principalmente Carlos Baccelli, médium dos livros de Dr. Inácio Ferreira, ex-dirigente do Sanatório Espírita de Uberaba) e há os que acreditam que as personalidades de Kardec e de Chico não são compatíveis (este autor entre eles).

O fato é que tanto Kardec quanto Chico seriam da opinião que não há nenhuma importância em debater se um é a reencarnação do outro: se fosse informação relevante teria sido amplamente divulgada pelos Espíritos Superiores

1Segundo Emmanuel (“Cartas e Crônicas”) Napoleão Bonaparte viveu antes como Júlio César, último dirigente da República Romana 2Segundo Henri Sausse (in “Biografia de Allan Kardec”) Kardec era bacharel em letras e ciências e doutor em medicina, falando com fluência o alemão, o inglês, o italiano e o espanhol. 3Ainda segundo Henri Sauuse (Ibidem): “Plano apresentado para o aperfeiçoamento da instrução pública”, de 1828, “Curso Prático e Teórico de Aritmética”, 1829, “Gramática Francesa Clássica”, 1841, “Manual dos Exames para Obtenção dos Diplomas de Capacidade, soluções racionais de questões e problemas de aritmética e geometria”, 1846, “Catecismo Gramatical da Língua Francesa”, 1848, “Ditados normais dos Exames na Municipalidade e na Sorbonne”, 1849, e “Ditados especiais sobre as dificuldades ortográficas”, 1849, entre outros. 4Franz Anton Mesmer (Iznang, 23 de maio de 1734 - Meesburg, 5 de março de 1815), médico alemão que desenvolveu o passe magnético. 5Considerado Jesus por alguns espíritas. Ver interessante estudo de Paulo da Silva Neto Sobrinho, de agosto de2003: “O Espírito de Verdade, quem seria ele?” 6Luis IX de França ou São Luis de França (Poissy, França, 1214 – Tunis, Africa, 1270) 7Santo Agostinho ou Agostinho de Hipona (Tagaste, Argélia, 354 – Hipona, Argélia, 430) 8Félicité Robert de Lamennais (1782 -1854), filósofo e escritor político francês. 9Kardec, Allan; “O que é o Espiritismo”; Prólogo. 10Francisco Cândido Xavier (Pedro Leopoldo, 2 de abril de 1910 — Uberaba, 30 de junho de 2002) - Médium espírita de grande expressão.

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Ed. 09 – Por dentro do IEE – Atendimento fraterno no IEE

por Lúcia Maria Silva de Andrade

...”Venho instruir e consolar os pobres deserdados. Venho dizer-lhes que elevem a sua resignação ao nível de suas provas, que chorem, porquanto a dor foi sagrada no Jardim das Oliveiras; mas, que esperem, pois que também a eles os anjos consoladores lhes virão enxugar as lágrimas” (O Espírito da Verdade).

Em continuação à série “Conhecendo o IEE”, optamos por enfocar os trabalhos da casa nas próximas edições, iniciando com o atendimento fraterno e o tratamento espiritual.

O atendimento fraterno é uma prática comum nas instituições espíritas, e a metodologia empregada em nossa casa, não difere muito das outras porque seguimos parâmetros de experiências bem sucedidas. Para elaborar este texto, tomei como base a “Apostila de Atendimento Fraterno”, de autoria de Vanda Simões, e utilizada também pelo Grupo Espírita Bezerra de Menezes, por conter explicações de forma muito clara e didática.

Para aprofundamento do conhecimento: http://www.uemmg.org.br/enviar.php  e http://www.salaemn.hpg.ig.com.br/atendimentofraterno.htm.

O que é o atendimento fraterno na casa espírita?

É um trabalho estruturado de forma a receber, em primeira mão, as criaturas necessitadas de ajuda que procuram na doutrina espírita a solução ou alívio para problemas de toda ordem. Essas pessoas, na maioria das vezes, já vêm de outras experiências no campo do auxílio e procuram o centro espírita, como “último recurso” para seus males. Muitas vezes céticos, esses indivíduos necessitam de boa dose de estímulo para permanecerem firmes na decisão de encontrar respostas para suas perguntas.

O atendimento fraterno desempenha esse papel de recepção, esclarecimento básico, amparo, reajuste e redirecionamento de idéias. No atendimento fraterno é importante que se obedeça a um esquema mínimo de organização e conhecimento, a fim de que trabalhemos com ordem e disciplina.

A seguir, falarei de todos os itens relativos ao serviço de atendimento fraterno da nossa casa espírita.

Recepção e triagem

Grande parte das pessoas que adentram o centro espírita pela primeira vez, o fazem em busca de algum tipo de auxílio.

Poucas são as que vão paraconhecer o espiritismo ou por curiosidade, ou ainda como visitantes. A casa espírita deve dispor de meios para bem receber essas pessoas.

O primeiro passo para iniciar o trabalho de atendimento fraterno, é determinar o dia mais adequado e mais cômodo para se estabelecer o trabalho.

Em nossa casa, esse serviço funciona no dia da reunião pública, depois do início dos trabalhos de explanação (segundas e quintas, a partir das 20hs).

Em dia, horário e local preestabelecido, um ou dois trabalhadores bem educados e treinados para a tarefa, receberão as pessoas que chegam pela primeira vez, dando-lhes as informações necessárias a cada caso.

É necessário presteza, simpatia e agilidade, discrição e seriedade. A primeira impressão que a pessoa terá do trabalho será muito importante. Pessoas sérias não retornarão a locais que não transpirem idoneidade e credibilidade.

A triagem é feita nessa hora de conversa informal, onde o “recepcionista” bem treinado, observará pela sua perspicácia, qual a necessidade daquela pessoa. Se for um caso que demande maiores cuidados, a pessoa será encaminhada à sala de entrevistas para uma conversa mais reservada e posterior direcionamento.

Antes, porém, será preenchida uma ficha de dados, com informações básicas sobre o paciente: nome, idade, endereço, profissão etc. Caso contrário, ou seja, se a pessoa não estiver precisando de nenhum tipo de ajuda, ela será encaminhada para os trabalhos públicos de explanação.

A recepção deverá ser feita por pessoas que conheçam de perto o funcionamento da casa a fim de evitar situações constrangedoras em relação às informações desencontradas que possam prejudicar a credibilidade do trabalho.

Entrevista

Uma vez detectada a necessidade de maiores cuidados por parte da pessoa, ele será encaminhada à entrevista, que é uma conversa fraterna que se tem com o assistido, para que se possa tirar dele as informações necessárias para elucidação do caso e adequado auxílio.

A entrevista é breve e objetiva, e o local onde são feitas as perguntas é reservado, por tratar-se de assuntos relacionados à intimidade das pessoas. É feita com o maior respeito e discrição possível, frente a tantos dramas.

O entrevistador

A entrevista é uma tarefa que requer condições especiais do trabalhador. Alguém com condições morais acima da média, que tenha um bom embasamento doutrinário e maturidade suficientes para lidar com situações as mais inusitadas.

Os problemas que se apresentam são os mais variados, desde simples perturbações espirituais até obsessões graves, passando por problemas de ordem emocional, física e psíquica.

A pessoa que ali está vê no entrevistador alguém que pode ajudá-lo a resolver seus problemas. Coloca com confiança a situação que o levou a buscar ajuda e têm expectativas em melhorar sua condição.

É necessário, portanto, que o entrevistador seja pessoa preparada para esse trabalho, com devido treinamento nessa área, que tenha capacidade para compreender os problemas humanos, assim como condições para estabelecer um diálogo aberto e franco com o assistido. Infundir confiança na assistência espiritual recebida é a grande tarefa do entrevistador. Tarefa de grande responsabilidade que carece de muita dedicação e devotamento para se ter um resultado satisfatório.

O entrevistado

O entrevistado tem como sua principal característica, o fato de estar necessitando de algum tipo de ajuda. A cada um, será dada uma orientação diferenciada, de acordo com as necessidades do caso.

Encaminhamento do assistido

Finalmente, depois da triagem e entrevista do paciente, este é direcionado para assistência espiritual ou algum setor da casa, se for de sua vontade permanecer nela. Neste caso, pode ser encaminhado para os cursos que o centro espírita oferece e que são adequados para o seu nível de entendimento. Também poderá ser estimulado a servir, como voluntário, nas fileiras do trabalho caritativo. Enfim, se através do atendimento fraterno da casa espírita, as pessoas conseguirem recuperar seu equilíbrio e serenidade, o trabalho já terá atingido seu objetivo. Se elas frequentarão a casa espírita, isso o tempo dirá.

O que é o tratamento espiritual?

A expressão tratamento espiritual é utilizada para abranger um conjunto de ações terapêuticas, de fundamentação religiosa, praticados em centros espíritas e espiritualistas, que têm como objetivo um auxílio no tratamento de doenças do corpo ou da menteO atendimento espiritual auxilia a galgar o equilíbrio físico, espiritual e mental.

São denominados de espirituais pelo fato de, segundo afirmam aqueles que praticam estes tratamentos, serem realizados - no corpo fisico ou no chamado perispírito - por espíritos desencarnados, com o eventual auxílio de um médium.

No primeiro caso, no Brasil, por exemplo, ficaram famosas as cirurgias praticadas pela entidade “Dr. Fritz”, através do médium José Arigó. No IEE, o atendimento espiritual tem como objetivo dar uma assistência física e espiritual aos consulentes, e é feito por uma equipe de encarnados e desencarnados.

Como receber esse tratamento espiritual?

A pessoa necessitada passará por entrevista, onde será exposto seu problema ao entrevistador que elaborará uma ficha com todos os dados do assistido, descrevendo o problema.

O assistido deverá se dirigir para a sala das palestras, tomar o passe e aguardar para ser chamado para o atendimento. A ficha do assistido fica em poder do responsável pelo trabalho espiritual para as devidas anotações durante todo o tratamento que é feito através da aplicação de passe “... que corresponde a uma transmissão de fluidos magnéticos e/ou espirituais de um indivíduo para outro, podendo, uns e outros, estarem encarnados ou não”.

Ao completarem quatro atendimentos, o assistido deverá retornar ao atendimento fraterno para verificar a sua melhora. Havendo necessidade, continuará o tratamento, caso contrário, é liberado, devendo, entretanto, continuar assistindo às palestras e tomando passes, para seu próprio beneficio, assim como frequentar os cursos que a casa oferece para melhor conhecer a doutrina, ou, ainda, ser um colaborador na casa.

Muito importante: o assistido não deve faltar, para não interromper o tratamento e seguir corretamente as orientações.

“Preparar-se bem, psicológica e doutrinariamente, faz-se imprescindível para o desempenho correto do mister a que o atendente fraterno deseja dedicar-se... Uma proposta psicoterapêutica válida deve ser estruturada no sentido da descoberta do ser integral e da finalidade existencial que pode ser alcançada por todos”. (Joanna de Ângelis)

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Ed. 09 – Matéria doutrinária – A última mensagem de Allan Kardec

por Aldo Colasurdo

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Companheiros de Kardec já o haviam avisado da necessidade de diminuir a carga horária de trabalho em favor da doutrina espírita.

Sua saúde estaria sendo prejudicada. Porém, ele não os atendia.

Assim é que, em 31 de Março de l869, aos 65 anos de idade, o rompimento de um aneurisma causou-lhe fulminante desencarne. Seus familiares providenciaram seu sepultamento em um dos inúmeros cemitérios distritais de Paris.

Posteriormente, os membros da Sociedade Parisiense de Estudos Psicológicos, decidiram lhe prestar dignas e merecidas homenagens. Com tal intenção, transferiram seus restos mortais para o tradicional e respeitoso Cemitério Pére Lachaise.

Trata-se do local onde tem sido sepultados os despojos de personalidades respeitadas e destacadas na sociedade francesa.

Visita ao tradicional campo-santo, o Cemitério Pére Lachaise

Ao atravessarmos seu imenso portão deparamos com um cemitério bem cuidado, no qual placas indicam aos visitantes as ruelas onde se encontram os túmulos procurados.

A grandiosidade do campo-santo nos aconselhou a solicitar o auxílio de um funcionário que gentilmente nos conduziu até ao local.

Em nosso caminhar, entre antigas construções tumulares, encimadas de imagens de anjos entristecidos e cruzes cobertas pela poeira dos séculos, recordamos o quanto é frágil a vida humana.

O túmulo de Hippolyte Léon Denizart Rivail

Ao nos aproximar, avistamos, entre tristes e enegrecidas construções, uma capela rodeada de flores como se fosse um pequeno oásis de luz e vida entre as cores obscuras da morte: a capela do Codificador.

Esta se constitui de uma edificação (ou dolman) onde pedras rústicas formam um nicho que abriga a construção tumular; completado pelo pequeno e bem tratado jardim (provavelmente cuidado por adeptos da doutrina) e sob o busto de Kardec, inscrições informando que ali se encontram também, os despojos da sua fiel esposa e companheira Amélie.

Destaca-se também, inscrita, a última mensagem que nos legou o Codificador: “todo o efeito tem uma causa; todo feito inteligente tem uma causa inteligente; o poder da causa inteligente está na razão da grandeza do efeito”.

Após alguns minutos de meditação, nos despedimos do local, rememorando esta última mensagem de Kardec.

Realmente, todas as situações, boas ou más que na vida nos sucede, são causadas por nosso próprio procedimento, nesta ou em existência anterior; isto nas pequenas ou grandes atividades humanas.

Se assim não fosse, o mundo não evoluiria e a injustiça seria regra geral, acabando por beneficiar a maldade e castigando a bondade.

Esta mensagem final de Kardec sintetiza a maior parte dos ensinamentos contidos nos livros da codificação

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Ed. 09 – Especial – 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo

por Esterlita Moreira

743 mil pessoas visitaram a 21a Bienal Internacional do Livro de São Paulo, realizada no período de 12 a 22 de agosto, no Centro de Convenções do Anhembi.

Essa edição contou com a presença de diversas editoras de livros espíritas: Aliança, Auta de Souza, Cárita, Casa dos Espíritos, DPL, EBM, FCX, IDE, Leal, Lúmen, Mundo Maior, Mythos, Vivaluz, Boa Nova, FEB, FEESP, FERGS, GEEM, Petit. Ary Dourado, presidente da Adeler - Associação de Editoras, Distribuidoras e Divulgadoras do Livro Espírita, informou ao Jornal IEE, que foram vendidos ao todo 8 mil livros espíritas.

Somente na Casa dos Espíritos Editora foram comercializados 2.178 livros.

Dentre eles, Joyce Matsushita, da Off Comunicação Estratégica, destaca os mais vendidos dessa editora: A Marca da Besta (700 exemplares), Legião (202) e Senhores da Escuridão (184).

As três obras fazem parte de uma trilogia do autor espiritual Ângelo Inácio, psicografadas pelo médium Robson Pinheiro. Os autores espíritas Alírio de Cerqueria Filho, Suely Caldas Schubert e Francisco do Espírito Santo Neto também marcaram presença, autografando suas obras mediúnicas.

As obras básicas de Allan Kardec também foram destaque de vendas.

O Livro dos Espíritos e O Evangelho segundo o Espiritismo, pela editora IDE, ficaram entre os vinte livros mais vendidos

Fontes: CBL – Câmara Brasileira do Livro (www.cbl.org.br); Adeler – Associação de Editoras, Distribuidoras e Divulgadoras do Livro Espírita (www.adeler.com.br); Making Off Comunicação Estratégica (www.moimprensa.com.br)

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Ed. 09 – Importante – Nova sede do IEE

Convidamos a todos os associados, colaboradores, frequentadores e amigos do IEE, a participarem no dia 18 de setembro, às 11hs da manhã, no canteiro de obras da futura sede, na rua Atílio Innocenti, n˚ 667, de uma prece para registrar a construção do novo prédio.

Na ocasião, a conselheira Geny Oliveira e o conselheiro Aldo Colasurdo, representando o Centro Espírita do Itaim e o Instituto Espírita de Educação respectivamente, instituições que deram origem ao atual IEE, colocarão simbolicamente dois tijolos que ajudarão a levantar a nova sede.

O prédio da nova sede levará o nome do Dr. Ary Lex e o auditório o nome do Sr. Ignácio Giovine, como forma de homenagear dois importantes personagens da história do IEE.

Ambos foram dedicados colaboradores, que exerceram cargos na diretoria executiva, e que através de seu trabalho abnegado, aliado a uma numerosa equipe de trabalhadores encarnados e desencarnados, construíram o IEE, legando-nos uma instituição destinada ao estudo e a divulgação da doutrina espírita codificada por Allan Kardec, bem como a prática da caridade ensinada por Jesus.

Contamos com a presença de todos.

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Ed. 09 – Vai acontecer no IEE

Importantes eventos em prol da doutrina espírita

No dia 02/10 (sábado) Clayton Levy realizará um seminário como o tema “Mediunidade na sociedade moderna” Clayton Levy nasceu em Araraquara (SP).

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Desde 1995, dirige a creche Gustavo Marcondes, um dos departamentos assistenciais do Centro Espírita Allan Kardec, de Campinas, que, com famílias e crianças carentes, presta assistência e desenvolve programas sócioeducativos. Como médium, psicografou as obras

A Mensagem do Dia, Novas Mensagens, Vida e Renovação,Sublime Convite, Diretrizes Espíritas, Cartas do “Seu” Gustavo, O Homem de Bem, Mediunidade e Autoconhecimento, Convite à Paz, Convites de Scheilla, Deus Contigo, Mediunidade e Libertação e Jesus Ainda e Sempre. Formado em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, atuou por 17 anos como repórter nos jornais Gazeta Mercantil, O Estado de São Paulo e O Globo.

É chefe da assessoria de imprensa da Unicamp e, desde fevereiro de 2001, professor universitário de jornalismo.

Filme Nosso Lar

Estreou em circuito nacional no último dia 3 de setembro, o filme Nosso Lar, o qual conta a estória do mentor André Luiz e a realidade da vida após a morte. Trata-se de uma superprodução cinematográfica, de altíssimo nível, com artistas consagrados da teledramaturgia brasileira, a qual tem como objetivo divulgar massivamente os conceitos ensinados pela doutrina espírita.

Não deixe de assistir e divulgar!

6° Congresso Espírita Internacional

O 6º Congresso Espírita Mundial é promovido e realizado pelo Conselho Espírita Internacional - CEI, e conta com a Federação Espírita Espanhola - FEE - para a execução do mesmo. Com o tema “Somos Espíritos Imortais”, o evento se realizará de 10 a 12 de outubro de 2010 no Centro de Eventos Feira de Valência, em Valência, Espanha.

Com a realização dos Congressos Espíritas Mundiais, o Conselho Espírita Internacional procura consolidar um espaço no âmbito internacional para a divulgação dos ensinos espíritas em todos os países.

A presença de reconhecidos oradores de diferentes nacionalidades, programas e temários sempre atuais e a presença crescente de milhares de congressistas, dentre outros destaques, fazem de cada Congresso Espírita Mundial um evento único.

Entre os palestrantes já confirmados, teremos a presença de Divaldo Pereira Franco, José Raul Teixeira e a escritora americana Carol Bowman

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No dia 28/10 – 20hs, teremos uma palestra especial proferida pelo jornalista espírita Saulo Gomes, falando sobre o livro de sua autoria: Pinga Fogo.

Nesta obra, o autor apresenta interessantes casos vividos por ele nas entrevistas concedidas pelo médium Chico Xavier no famoso programa televisivo, que era veiculado na TV Tupi, na década de 70.

Após a palestra, Saulo participará de uma sessão de autógrafos. Não perca!

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Ed. 09 – Aconteceu no IEE

 

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No último dia 19 de agosto, o médium e divulgador espírita Francisco do Espírito Santo Neto, realizou uma palestra especial, abordando o assunto “A adolescência: causa da (in)felicidade”.

Este é o título de uma obra mediúnica, ditada pelo espírito Ivan de Albuquerque, lançada na Bienal Internacional do Livro de São Paulo.

É o 10º livro da produção psicográfica de Quico, a qual já superou um milhão de exemplares vendidos.

Os direitos autorais de todas as publicações são cedidos por ele para fins de solidariedade social, pois os espíritos que ditam estas obras, nada cobram e têm como objetivo a divulgação da doutrina espírita.

O livro é direcionado a todos os que lidam com jovens, apresentando temas como amor, profissão e relacionamentos, reforçando a idéia de que a adolescência não deve ser considerada uma simples fase de transição entre a infância e a maturidade, mas um processo de consolidação do ser humano, seu caráter e identidade.

Após a palestra, Quico, com a simpatia habitual, participou de um sessão de autógrafos da referida obra.

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Alírio de Cerqueira Filho realizou no dia 22/08 (domingo), às 10h, o seminário com o tema “Saúde na relação pais e filhos”, baseada no livro dele com o mesmo nome que é o segundo da coleção Amar é viver em família.

Alírio discorreu sobre a função paterna e materna, as diferentes formas de relacionamento existentes e suas disfunções, a maneira de superá-las e transformá-las em oportunidade de crescimento e amadurecimento para que a relação entre pais e filhos se torne saudável.

Tivemos também a agradável presença do Coral Accor Maior.

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Índice edição 09

Ed. 09 – Programação

 

Filantrópica

CURSO PARA GESTANTES

Curso com o objetivo de informar e acolher a gestante, com orientações, para uma melhor qualidade de vida para ela e seu bebê. É apresentado em cinco encontros ministrados por uma equipe multidisciplinar voluntária, composta por: médico, psicólogas, nutricionista, pedagoga e assistentes sociais.

4ªs feiras das 15h às 17h.

ENCONTRO COM PEDIATRA

Com o objetivo de incentivar o aleitamento materno e tirar dúvidas das mães.

4ªs feiras às 13h30, 1 vez por mês.

OFICINA DE COSTURA, TRICÔ & CROCHÊ

Na oficina são produzidas peças que compõem o kit enxoval dos bebês do curso para gestantes e que também são vendidos no IEE Ateliê.

3as e 5as feiras das 14h30 às 16h30. Inscrições abertas.

 

Doutrinária

Curso INTENSIVO de Iniciação ao estudo do Espiritismo
Oferece ao aluno conhecimentos básicos da doutrina espírita, para que ele possa ingressar nos cursos de Educação Mediúnica ou de Evangelho.
Profs. Maurício Romão e Rafael Dourado.

Início: 27/7/2010 (terça-feira) das 20h às 22h - Término 07/12/2010.
Inscrições encerradas.

Curso de Desenvolvimento e Educação Mediúnica
Visa educar e treinar o médium através de estudo e do exercício da prática mediúnica, proporcionando segurança no processo das manifestações espirituais.
1º ano - Profs. Irene Gaviolle e Soraia Oliveira Gatto. 2º ano - Profs. Norberto Gaviolle e Sílvia Coqueiro. Nas 4as feiras das 20h às 22h.
Novas turmas em 2011.

Curso de Evangelho
Oportuniza o estudo de uma das obras básicas da doutrina espírita: O Evangelho Segundo o Espiritismo, oferecendo ao aluno conhecimentos evangélicos como base para a sua evolução moral. Das 20h às 22h - Profs. Sônia Maria de Oliveira e Adriano Melito. Novas turmas em 2011.

CURSO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE EXPOSITORES
Pré-requisito: ter realizado o curso de desenvolvimento mediúnico nesta ou em outra casa. Início: 12 de abril de 2010.
2as feiras das 20h às 22h.
Profs. Norberto Gaviolle e Irene Gaviolle. Novas turmas em 2011.

Atendimento Fraterno
Destinado a qualquer pessoa que procure a casa espírita. Visa esclarecer e orientar, de forma preliminar, sobre o contexto espírita, além de encaminhar para atividades e atendimentos segundo suas necessidades.
2as e 5as feiras às 20h e 4as feiras às 13h.

Palestras e Passes
2as e 5as feiras às 20h e 4as feiras às 12h.

Educacional

CURSO DE INFORMÁTICA BÁSICA I
4as feiras das 19h às 21h.
Sábados das 11h às 13h.

CURSO DE INFORMÁTICA BÁSICA II
Proporciona a inclusão digital do aluno, permitindo acesso á internet.
3as feiras das 19h às 20h30.

CURSO DE INGLÊS BÁSICO
Oferece uma aproximação com a língua inglesa abrindo portas para um mundo globalizado. 2as feiras das 20h às 21h.
4as feiras das 18h50 às 20h.

OFICINA DE ARTESANATO
3as e 5as feiras das 14h30 às 16h30.
Inscrições abertas.

CURSO DE ALFABETIZAÇÃO PARA ADULTOS Proporciona a educação básica através do conhecimento das letras e da leitura com interpretação de textos.
3as, 4as e 5as feiras das 14h30 às 16h30.
Início em 09/9/2010.

Índice edição 09

Ed. 09 – Palestras e palestrantes

 

SETEMBRO - Segundas às 20h

Dia 6 - Feriado
Dia 13 - Autoconhecimento e evolução – Willian Pescador
Dia 20 - Qual é o limite de nosso livre-arbítrio? - Lúcia Andrade
Dia 27 - Por que existem ricos? - André Steagall Gertsenchtein

SETEMBRO - Quartas às 12h

Dia 1 - Vida no mundo espiritual - Luba Wojcik
Dia 8 - Autoestima - Lúcia Andrade
Dia 15 - Vida e obra de Allan Kardec - Eliana Galassi
Dia 22 - Como superar a instabilidade emocional? - Silvia Coqueiro
Dia 29 - Prova da riqueza e da pobreza - Luba Wojcik

SETEMBRO - Quintas às 20h

Dia 2 - O poder da vontade - Marcelo Saad
Dia 9 - A importância de ser manso - Silvia Coqueiro
Dia 16 - A arte e o espiritismo - Francisco Panachão
Dia 23 - O perfeccionismo e suas implicações - Passarinho
Dia 30 - O Pai Nosso - Nelson Firmino da Silva

OUTUBRO - Segundas às 20h

Dia 4 - Hoje em dia e o espiritismo - Marilson Alves Gonçalves
Dia 11 - Feriado
Dia 18 - Quando existe amor - Addriana Abrahão
Dia 25 - Ação e reação - Marcelo Saad

OUTUBRO - Quartas às 12h

Dia 6 - Hoje em dia e o espiritismo - Lúcia Andrade
Dia 13 - Pena de morte e eutanásia - Silvia Coqueiro
Dia 20 - Verdadeiros e falsos profetas - Wilma Badan Gonzales
Dia 27 - Justiça da reencarnação - Luba Wojcik

OUTUBRO - Quintas às 20h

Dia 7 - Hoje em dia e o espiritismo - Passarinho
Dia 14 - Tratamento espiritual - Luis Menezes
Dia 21 - Simplicidade - Silvia Coqueiro
Dia 28 - Pinga Fogo - Saulo Gomes

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Ed. 09 – Expediente

 

Editor Chefe: Rafael Berlese de Matos Dourado
Coordenação: Karina Jaccard
Jornalista Responsável: Bárbara Moreira (55.466/SP)
Revisão Geral: Sandra Maria Mello Dourado
Diagramação: José Luiz Mendieta Filho
Colaboradores: Adriano Melito, Aldo Colasurdo, André Steagall Gertsenchtein,
Esterlita Moreira, Lúcia Maria Silva de Andrade, Sandra Dourado.

Uma publicação: IEE - Instituto Espírita de Educação
www.institutoespirita.blogspot.com
Rua Leopoldo Couto Magalhães, 695 - Itaim Bibi - SP
e-mail secretaria@ieesp.org.br
Telefone 11 31676333

Presidente: Maurício Ferreira Agudo Romão
Vice-Presidente: Rafael Berlese de Matos Dourado
Diretoria Doutrinária: Sandra Maria Mello Dourado
Diretoria de Educação: Maria Inez Batista Araujo
Diretoria Filantrópica: Esterlita Moreira
Diretor de Patrimônio: Nello Garbini
Primeira Secretária: Lúcia Maria Silva de Andrade
Segunda Secretária: Cláudia Garbini

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