Ed. 11 – Matéria Doutrinária – Livro dos Médiuns – a mediunidade ao alcande de todos


Glaucia Savin

livro dos mediuns

 

A comunicação com os espíritos, desde os primórdios da humanidade, sempre despertou
a curiosidade humana e, não raras vezes, foi utilizada como forma de intimidação de almas mais frágeis.

Herculano Pires, em sua excelente obra, O Espírito e o Tempo, relata de forma metodológica e clara,
a evolução das formas de comunicação com o mundo espiritual: dos pajés, xamãs e sacerdotes
primitivos, passando pelos profetas e pitonisas do antigo mundo, até chegarmos aos médiuns, foi grande a caminhada.

A mediunidade, tal como a conceituamos hoje, é fruto da pesquisa de Allan Kardec, que nos legou a obra primordial do espiritismo, o Livro dos Espíritos.

Allan Kardec inaugura para a humanidade uma nova fase de relacionamento com o mundo espiritual, por meio da qual as comunicações são desmistificadas
e explicadas.

O segundo volume da codificação, o Livro dos Médiuns, foi lançado em 1858 como um pequeno volume intitulado Instruções Práticas Sobre
as Manifestações Espíritas.

Segundo nos narra Herculano Pires, na explicação introdutória à tradução da obra para a língua
portuguesa, tratava-se de um ensaio para elaboração do Livro dos Médiuns, que só foi publicado em sua versão definitiva em 1861.

O Livro dos Médiuns é lançado com uma finalidade prática e sempre atual: esclarecer de forma simples
a fenomenologia mediúnica. Todo o esclarecimento é explicado por Kardec que adota metodologia e
controles rigorosos para o registro das comunicações espíritas.

Kardec compreendeu, à frente de seu tempo, que as pesquisas espíritas não poderiam se prender
aos fenômenos em si, ou ao plano material. Por isso mesmo, exigiam métodos diferentes dos utilizados
nas ciências físicas tradicionais.

Com sua determinação e clareza, Kardec retira das comunicações espirituais o caráter místico ou
sigiloso e passa a compartilhar conosco a forma e o conteúdo das sessões, que deixam de ser espaço
para poucos iniciados em mistérios, até então insondáveis, e passam a ser acessíveis a todos.

Podemos dizer sem medo de errar, que Kardec nos abriu as portas do mundo espiritual.

O Livro dos Médiuns inicia-se com o capítulo “Os Espíritos”, admitindo sua existência e a capacidade do homem encarnado em conversar com eles, de forma séria, simples e sem a necessidade de intermediários.

No entanto, o livro não se esgota nisto. Provada a sobrevivência do espírito e a comunicabilidade, o
espírita deve instruir-se e, segundo a advertência sempre pertinente de Herculano Pires, aprofundar-se
em seu aprimoramento moral para melhor compreender, por meio dos processos de comunicação, a situação dos espíritos após a morte,
as leis que regulam as relações permanentes entre os espíritos e os homens e suas conseqüências.

A obra de Kardec, como adverte o próprio autor em sua introdução, não é um manual com palavras
sacramentais e mágicas, aptas a propiciar a qualquer deslumbrado a prática de comunicação com os espíritos. A ideia de Kardec não era a de proporcionar a profusão de práticas levianas, por meio das quais se promove o intercâmbio
entre espíritos menos esclarecidos e médiuns ignorantes. Ao contrário, o que buscava Kardec era trazer conhecimento por meio da comunicação com espíritos mais esclarecidos, o que só a prática
disciplinada e séria pode promover.

Até os dias de hoje, a obra de Kardec é a mais utilizada e a mais completa para a compreensão da
fenomenologia espírita e deve ser objeto de estudo por todos aqueles que tenham interesse em
desenvolver a mediunidade de forma segura e consciente.

A obra se encontra disponível para download, de forma gratuita, em
http://www.espirito.org.br/portal/download/pdf/lm/

Boa leitura a todos.

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