Ed–15–Matéria de capa

por Glaucia Savin

O passe - Terapêutica de renovação

 

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A prática dos passes existe entre nós desde as civilizações antigas, que utilizavam o poder da
imposição de mãos como método terapêutico.

Cercadas de misticismo e, muitas vezes, envoltas em rituais primitivos, tais práticas, sugeriam a possibilidade de atuação por meio da influência magnética de um indivíduo para outro.

Curar por meio da imposição de mãos era prática corriqueira nos tempos antigos e o Evangelho está
repleto de narrativas acerca das curas operadas por Jesus e seus discípulos.

A aplicação de passes, sempre precedida de uma palestra pública é, em geral, a primeira terapêutica
oferecida àqueles que procuram a casa espírita.

Embora a prática dos passes seja bastante difundida, aqueles que chegam ao centro espírita pela primeira vez ficam um tanto quanto inseguros ao receber a recomendação para frequentar os trabalhos de fluidoterapia.

Afinal, o que são os passes? E por que recorremos a eles?

Segundo André Luiz, no livro Nos Domínios da Mediunidade, o passe é uma transfusão de energias,
capaz de alterar o campo celular.

Assim como a transfusão de sangue representa uma renovação das forças físicas, o passe é uma transfusão de energias psíquicas.

Essa transfusão de energias se opera sem qualquer contato físico.

No passe, por meio da transmissão de fluídos saudáveis, o médium, assistido pelo plano espiritual, procura equilibrar o funcionamento dos centros de força do assistido e, por consequência, o seu organismo, proporcionando ao indivíduo uma
sensação de bem estar.

Isto ocorre porque o nosso corpo físico é animado por uma força ou fluído vital que constitui uma
espécie de campo energético.

Esse campo, também denominado de duplo etérico, se encontra ligado a um envoltório espiritual,
denominado de perispírito.

O perispírito possui centros de recepção de energia ligados ao corpo físico. Tais centros de força ou chakras relacionam-se a órgãos e funções essenciais do nosso organismo. Quando os centros de força são alimentados por energias deletérias, nosso organismo se ressente e passamos por desequilíbrios
físicos e mentais. Ao contrário, quando alimentamos os nossos centros de força com energias salutares e renovadoras, sentimo-nos revigorados.

Alguns fatores, no entanto, são relevantes para a eficácia do tratamento, considerando-se fundamental a postura daquele que o recebe.

Aquele que procura o tratamento encontra na casa espírita um ambiente de total acolhimento.

Porém, a postura do assistido em relação ao tratamento, ao contrário do que se poderia supor à primeira vista, não é passiva. O assistido não é um mero receptor e sua disposição em receber ajuda
influencia diretamente em relação aos resultados obtidos.

Em Missionários da Luz, André Luiz relata o caso de uma mulher doente que recebe o passe “como
a criança frágil sequiosa do carinho materno”, demonstrando receptividade. A postura receptiva
do assistido é fundamental para que se estabeleça, tanto quanto possível, uma sintonia, ou seja, um vínculo mental entre o passista e o receptor.

A partir desse instante, se operará a transmissão de energias do médium para o assistido. A confiança,
portanto, é elemento primordial no tratamento, não importando a que religião pertença o indivíduo.

A sintonia entre o assistido e a equipe que operará o trabalho de passes se inicia durante a palestra,
que serve para preparar psicologicamente o paciente para o trabalho de passes. Ao frequentar a palestra, o assistido já começa a receber fluídos harmonizadores  e vai alterando a sua atmosfera
mental, tornando-se mais receptivo aos fluidos mais sutis.

À saída do centro espírita, o tratamento continua operando seus efeitos, que serão mais ou menos duradouros, dependendo da sintonia mental daquele que recebe os fluidos.

Como mencionamos acima, o passe opera uma verdadeira transfusão de energias que podem
ser mais ou menos comparadas a uma carga de combustível adicional que auxiliará o indivíduo a recompor o seu campo físico, psíquico e
espiritual. Sem a transformação do padrão mental do receptor, as energias recebidas se esgotam
rapidamente, caso os fatores que causam o desequilíbrio perdurem.

Neste caso, os benefícios serão transitórios e trarão de volta o paciente, nas mesmas condições em que se encontrava antes do tratamento.

Embora a receptividade, como mencionamos, seja fundamental, o paciente não deve se tornar “freguês” do tratamento e deve esforçar-se para melhorar o seu padrão vibratório, por meio do estudo, da meditação e da oração, a fim de que as energias recebidas sejam melhores absorvidas e
incorporadas ao seu organismo, gerando benefícios permanentes.

Ou seja, compete ao assistido fazer a sua parte e trabalhar sempre no sentido de alcançar um estado de renovação profundo, capaz de operar a cura. É por isto que cada vez mais se difunde a noção de que “não existem doenças, mas doentes”.

Enquanto isto não se dá, o assistido, abalado por desequilíbrios orgânicos ou psicológicos não deve abandonar o tratamento tradicional. O processo
de cura compreende a harmonização dos planos físico e espiritual, que se influenciam reciprocamente, por integrarem um todo indiviso.
A terapêutica do passe é, portanto, a porta de entrada do indivíduo não apenas ao centro espírita, mas ao processo de descoberta de si mesmo,
como agente de sua renovação e fator principal na tarefa de manutenção do seu equilíbrio que, no entanto, somente será alcançado por meio da vontade educada e sadia.

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