ed.18–Matéria Doutrinária - Lei de Adoração

Sueli Issa

LEI DE ADORAÇÃO
(Livro dos Espíritos – Cap. II)

O que você entende por adoração?

Será uma postura passiva? Será uma atitude voltada para o exterior? Será uma veneração? Será....? Será?....? Será....?

No mundo atual e neste momento, onde somos bombardeados por apelos externos, onde a felicidade é colocada fora e não dentro de nós, quando somos hipnotizados pelo consumo, vale a pena uma parada para reflexão.

O que realmente adoramos? Talvez nem saibamos mais o significado da palavra adoração. Muitos valores, crenças, símbolos foram vulgarizados e com eles nossos vínculos abalados e até desfeitos.

Adoramos roupas, casas, automóveis, gastronomia, adornos, etc. “Adorar” foi rebaixado a “apreciar” ou até mesmo a “depender”, em alguns casos.

Voltemos ao sentido original: adorar é a elevação do pensamento a Deus e é resultado de um sentimento inato, pois, o Homem tem a consciência de sua fraqueza e isto o faz curvar-se diante d’Aquele que pode protegê-lo – Deus (L.E.)

Analisando novamente nossa vida atual, este sentimento de fraqueza mistura-se ao de inferioridade e diante de tantas oportunidades e apelações para aquisições materiais, buscamos nos sentir seguros comprando, adquirindo itens que num primeiro momento trazem satisfação, mas cujo efeito é de pouca duração, colocando-nos no vazio novamente e, assim, corremos para adquirir mais outro item com o mesmo tipo de resultado e assim sucessivamente, de item a item, nos afastamos cada vez mais de nós mesmos, de nossas reais necessidades, de nossa real origem, o que diremos então de nossa ligação com Deus?

Em tempos remotos buscávamos Deus nos sacrifícios humanos, nas oferendas, incensos, cultos, cantos. Fazia-se necessário uma representação semimaterial, que condizia com nosso estado de adiantamento e nossa capacidade de entendimento espiritual.

Atualmente nosso relacionamento com Deus tem um caráter introspectivo. Se antes nossa busca se concretizava no exterior das coisas, hoje a fazemos dentro de nós mesmos. Mas sabemos que voltarmos para dentro de nós não é uma atitude conquistada plenamente, pois nosso habito é de sermos sequestrados pelas impressões externas, ficando para um segundo plano a realidade interior de fatos, situações, experiências, e o que diremos de nossas emoções e sentimentos?

Retomando o tema adoração, o Livro dos Espíritos nos mostra que a verdadeira adoração é a do coração, e, que devemos em todas as nossas ações, imaginar sempre que o Senhor está conosco. (L.E.)

Paremos novamente para uma reflexão: “a verdadeira adoração é a do coração.’’

Que sentimentos trazemos em nosso coração? Fingimento, presunção, orgulho, inveja, ciúme, ambição? Com certeza eles existem. E muitas de nossas ações são movidas por alguns deles. Se notarmos e conseguirmos admitir a nós mesmos a presença deles, teremos a grande chance de transformá-los, alterando o rumo de nossas atitudes e certamente de nossa evolução.

Portanto a vida contemplativa não tem mérito perante Deus, pois é certo que quem a pratica não faz o mal, mas também é certo que não faz o bem. (L.E.)

Quando voltamos o nosso olhar somente para nossa vida pessoal (fuga), com certeza nossos talentos ficam encerrados em nosso porão espiritual. O que estamos fazendo com eles? Eles estão a serviço da comunidade? Da humanidade? Qual a nossa parcela de contribuição?

Compartilhar é a palavra de ordem, que implica em ação.

Estamos aqui nesta Terra bendita de oportunidades para AGIR e INTERAGIR.

Isto implica em trocas, em DAR e RECEBER.

Este comportamento não deixa de ser uma prece, pois, as boas ações são a melhor prece, desta forma os atos valem mais do que as palavras, pois, refletem nossos valores.

E por falar em prece, será que em nosso dia-a-dia há um momento para ela? A prece é uma expressão de sentimento que sempre agrada a Deus, logicamente quando ditada pelo coração (L.E.)

Orar a Deus é pensar n’Ele; é aproximar-se d’Ele; é colocar-se em comunicação com Ele. Por ela pedimos, louvamos e agradecemos. Através dela poderemos ser fortalecidos para suportamos nossas provas ou mesmo termos intuições, orientações para modificarmos situações onde isto é possível, pois atraímos através da prece sincera a assistência dos bons espíritos.

O essencial é orar bem, não fechando os olhos para nossas imperfeições, pois aqui estamos para corrigi-las, transformá-las.

Este momento pode ser visto e aproveitado como um encontro com nosso verdadeiro Eu, se assim o quisermos.

Nosso pensamento e nossa vontade possuem um poder de ação que vai além de nossa esfera corporal. A prece em favor de outras pessoas é um ato dessa vontade. Se for verdadeira pode chamar os bons espíritos para ajudar aquele por quem oramos, a fim de lhe sugerir bons pensamentos e lhe dar ao corpo e a alma a força de que tem necessidade (seja ele encarnado ou desencarnado).

Concluindo nosso momento de reflexão:

Passamos e continuamos neste processo de aprendizagem evolucional, onde a fonte de crescimento e renovação espiritual inicia-se vivendo para fora e aos poucos tomamos consciência da vida em nós mesmos; viver exteriormente não exclui viver interiormente.

Não podemos desvalorizar ou mesmo ignorar as fases evolutivas de cada um de nós, pois viver para fora para muitos ainda é uma necessidade e é através dessa forma que farão relações importantes entre o mundo interno e o externo para que gradativamente possamos entender que a vida exterior é um reflexo da vida interior.

O convite é:

Interiorizemo-nos pouco a pouco.

Observemos o que somos, quem somos e o que realmente está acontecendo em nossas vidas.

Busquemos nosso Deus interior com perseverança e com alegria.

“Não sabeis que sois um templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós”?

I Coríntios 3:16

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