Ed. 19–Matéria especial 1

A construção dos vínculos espirituais entre mãe e filho

por Débora Guimarães

Há um ditado que diz: “Ser mãe é padecer no paraíso...” Será necessário padecer para ser mãe? E o paraíso?

Podemos concluir que a chegada do bebê é uma experiência única, com dificuldades e os medos desta fase, em que desperta emoções, sensações e sentimentos exacerbados.

É um período de transição e de adaptação. Tempo este, em que a mulher poderá atribuir um significado à experiência da maternidade.

E que lhe proporciona condições de descobertas, sobre si mesma, e sobre seu novo papel: o de ser mãe!

Portanto nesta fase, há uma combinação de sentimentos que envolvem perdas e ganhos. E entre tantas mudanças e alterações hormonais, o corpo materno: o bebê antes visto como uma extensão de seu próprio corpo, com o nascimento, se torna um bebê real.

Neste sentido, para algumas mães, a realidade do bebê imaginário, em sua barriga, que não exigia cuidados, não é a mesma realidade do bebê recém-nascido.

Nestes casos, o apoio da família é fundamental para a saúde física e emocional desta mãe em seus primeiros dias com o seu bebê. E contribuirá para que esta experiência possa estabelecer um padrão de comunicação nesta relação.

A importância dos sentimentos da mãe em relação ao seu filho torna estas experiências enriquecedoras criando um clima de confiança e segurança emocional para a criança. Esta atitude de cuidadora será uma abertura para que se crie uma relação de afeto na construção deste vínculo.

Uma construção de afeto contínuo em que irá despertar na criança experiências vitais em seu processo de desenvolvimento para que ela possa reconhecer e responder efetivamente a este afeto, o que leva muitas mães ao paraíso!

“Nascer, crescer, morrer, renascer ainda e progredir sempre tal é a Lei”.

Allan Kardec

Deus dá a cada ser a oportunidade de recomeçar, reparar e fazer melhor. A reencarnação é a prova maior do seu amor. Quando nasce um bebê, nasce uma mãe e junto novas esperanças de progresso espiritual.

Cada filho é único, como cada gestação acontece em tempos diferentes em situações únicas, planejadas ou não. Deste modo os filhos não devem ser comparados e sim estimulados no seu potencial e capacidade trazidos na extensa bagagem espiritual.

A grande missão da mãe é acolher, dar suporte emocional e limites, proporcionando direcionamento firme e amoroso. Quando nasce um filho, renasce um encontro com o objetivo principal de evoluir. A resposta nº 383 (L.E.), diz que na infância o espírito está mais acessível às impressões que recebe, portanto seus cuidadores são responsáveis pela educação e pela conduta que exemplificam.

E assim vamos percebendo a misericórdia de Deus agindo. A mãe tem um ser que precisa dela e sem lembrar com clareza do passado vai desenvolvendo o afeto, o amor incondicional.

Bibliografia

Reis, Rosa. O pensamento de Winnicott: a clínica e a técnica

Winnicott, Donald. A natureza humana

Kardec, Allan. O livro dos espíritos

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