ed.22 - Beneméritos da Humanidade

Lucia Andrade

Emmanuel

O Mensageiro da Luz
“O tempo, implacável dominador de civilizações e homens, marcha, apenas com sessenta minutos por hora, mas nunca se detém. Guardemos a lição e caminhemos para diante, com a melhoria de nós mesmos. Devagar, mas sempre”. (Emmanuel, em Fonte Viva).
O nome de Emmanuel está definitivamente associado ao de Chico Xavier e, certamente, a algumas das mensagens mais importantes, profundas e lindas do espiritismo.
Durante anos, o espírito Emmanuel manifestou-se por meio do médium mineiro, propiciando informações fundamentais sobre a reencarnação, além de mensagens que ajudaram milhões de pessoas a encontrar seu caminho na vida.
O próprio Chico Xavier disse que os contatos com o espírito começaram em 1931. Na época, Chico estava psicografando seu primeiro livro, Parnaso de Além-Túmulo.
A questão central em torno desse encontro que provocou tantas transformações no espiritismo é que Emmanuel perguntou a Chico se ele estava, de fato, disposto a trabalhar mediunicamente com Jesus. A resposta afirmativa fez com que Emmanuel lhe dissesse que, a partir de então, deveria ter em mente que o serviço que se aproximava lhe exigiria uma disciplina fora do comum e uma dedicação total ao trabalho.
Chico não sabia quem era exatamente o espírito com quem estava se comunicando, uma vez que Emmanuel não se identificou, dizendo apenas ter sido – em sua última passagem como encarnado – um padre católico, que desencarnou no Brasil. Quando a revelação finalmente foi-lhe fornecida, ficamos sabendo que Emmanuel tinha vivido no tempo de Jesus Cristo, quando era conhecido como Publius Lentulus, e sua imagem foi associada à do senador romano Lentulus.
SenadorRomano
Em 1939, a Federação Espírita Brasileira publicou o livro Há Dois Mil Anos, psicografado por Chico Xavier, que traz a autobiografia de Publio Lentulus Cornelius. A história subseqüente das encarnações de Emmanuel surgiu com a publicação, em 1940, do livro 50 Anos Depois, também pela FEB.
Desde os primeiros tempos do Império”, escreveu Emmanuel, “a mulher romana havia-se entregado à dissipação e ao luxo excessivo, em detrimento das obrigações santificadoras do lar e da família”. Lívia, sua esposa, no entanto, estava entre aquelas que se orgulhavam do padrão das antigas virtudes familiares. Já a filha deles, Flávia, sofria com a lepra, uma doença bastante comum na época e considerada sem cura.
Mas as coisas começaram a mudar quando Lentulus foi mandado para Jerusalém, onde os ensinamentos de Jesus já começavam a se tornar comentados e conhecidos por todos. Quando foi para a cidade de Cafarnaum, atendeu ao pedido de sua filha, cuja saúde piorava cada vez mais, e levou-a ao encontro do profeta de Nazaré, que lá se encontrava.
Jesus lhe disse: “depois de longos anos de desvio do bom caminho, pelo sendal dos erros clamorosos, encontras, hoje, um ponto de referência para a regeneração de toda a tua vida”. E disse ainda muito mais, até que Públio sentiu um torpor tomar conta de seu corpo, despertando algum tempo depois. Ao retornar à sua casa, viu que sua filha tinha sido curada.
Ao final de sua vida, Lentulus se retirou para sua residência em Pompéia, e só então começou a entender plenamente os ensinamentos que Jesus lhe transmitira naquele encontro em Cafarnaum. O ex-senador morreu no ano 79 – quando o Vesúvio entrou em erupção e soterrou Pompéia – e desencarnou com o coração concentrado em Jesus.
Encarnações
Além do senador, sabe-se que Emmanuel teve outras passagens significativas em nosso planeta, especialmente no Brasil.
O livro 50 Anos Depois se refere ao período de tempo passado entre a morte de Lentulus em Pompéia e sua encarnação seguinte. O senador retornou ao mundo material como o escravo Nestório, justamente o tipo de homem que o senador tanto prejudicou antes de perceber a verdade das palavras de Jesus.
Ele também era cristão e, segundo conta a história psicografada, participou das pregações evangélicas do apóstolo João Evangelista, em Éfeso. Foi preso por participar das reuniões secretas de cristãos realizadas nas catacumbas das cidades e foi condenado à morte violenta.
Reencarnou novamente por volta do ano 217, como Quinto Varro, romano seguidor dos ensinamentos de Jesus, assim como um defensor dos ideais de liberdade.
Uma das encarnações muito comentadas de Emmanuel foi como o Padre Manoel da Nóbrega, figura importante na história do Brasil. No entanto, ele apenas revelou ter sido, de fato, o padre Manoel da Nóbrega, numa sessão realizada em 1949.
Reencarnado na vila portuguesa de Sanfins, em 18 de outubro de 1517, o padre ficou conhecido como “o primeiro apóstolo do Brasil”, para onde veio em 1549, na companhia de Tomé de Souza. Ele desencarnou em 1570, e renasceu cinqüenta anos depois, na Espanha, onde foi o padre Damiano, que lutou contra os mercadores de escravos.
Publius Lentulus realmente existiu e conheceu Jesus. Há provas: uma carta encontrada nos arquivos do Duque Cesari, de Roma – documento que faz parte da biblioteca da Ordem dos Lazaristas de Roma. Trata-se de uma inscrição feita em folha de cobre, encontrada no interior de um vaso de mármore. A carta foi escrita por Publius Lentulus, senador romano, governador da Judéia, e predecessor de Pôncio Pilatos, endereçada ao imperador romano Tibério César. Nela, Lentulus descreve Jesus com infinito amor em seu coração.
Quanto à parceria com Chico Xavier, escreveu diversas obras que enriqueceram a literatura espírita. Entre elas podemos citar: Renúncia, O Consolador, A caminho da luz, Palavras de Vida Eterna, Ave Cristo, Encontro Marcado, e o romance Paulo e Estevão, que nos fala sobre o cristianismo, envolvendo a figura austera, mas sincera de Saulo, pois este era seu nome antes da conversão.
Amigos, que nasçamos como Paulo, pois nosso passado tem se demorado incerto.
Muitos de nós nos julgamos infalíveis, temos medo da mudança, mas somente com a possibilidade da reencarnação e o aproveitamento dessa chance maravilhosa, é que subiremos na escalada para a espiritualidade.

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