ed.22 - Matéria Doutrinária

 Sueli Ines Arruda Issa
LEI DE DESTRUIÇÃO



Destruição? Como assim?
Encontramos no Livro dos Espíritos um capítulo que traz em detalhes esta lei, entendida como uma das Leis Morais.
Segundo o espiritismo, a necessidade de destruição não se dá de forma igual em todos os mundos, será cada vez menos necessária quanto mais evoluído for física e moralmente este mundo.
Se encararmos esta lei como um complemento do processo evolutivo, visto ser preciso morrer para renascer e passar por milhares de transformações, havendo formas corporais gradativamente mais aperfeiçoadas, podemos compreender que os seres humanos vão também passando por estados de consciência cada vez mais lúcidos.
Sabemos que o equilíbrio ecológico se dá através da eliminação das espécies inferiores. No final do ciclo de destruição está o Homem, com sua inteligência, a eliminar animais menores.
Toda a destruição que ultrapassa os limites da necessidade é uma violação da Lei de Deus. Os animais não destroem mais do que necessitam, mas o Homem, que tem livre arbítrio, destrói sem necessidade.
Existem no universo engrenagens perfeitas que regem a vida e a morte, assegurando a perenidade dos ecossistemas e dos seres vivos que neles existem.
Lembremos também do quanto o universo, assim como a Terra, passou por transformações violentas destruindo e construindo etapas de evolução até chegar ao que conhecemos hoje.
O universo pulsa, respira, num constante ritmo de expansão e recolhimento. Expande e contrai, renovando-se e evoluindo.
Vamos nos deter então aos itens deste capítulo. Sempre lembrando que o nosso olhar precisa estar voltado para as destruições desnecessárias, provocadas pelo Homem.
Os FLAGELOS têm por objetivo fazer a humanidade progredir mais depressa. É através deles, em sua maior parte, que se chega mais rapidamente a uma ordem de coisas melhores em alguns anos, mas que levariam séculos se isto não acontecesse.
Podemos perguntar: mas é só através deles que podemos alcançar outros níveis de consciência e evolução?
Não.
Deus nos dá a oportunidade de sempre buscarmos outros caminhos. Temos em nosso dia-a-dia os meios de progredirmos pelo conhecimento do bem e do mal. Mas a maior parte do tempo impera em nós o ORGULHO. É justamente neste ponto que o flagelo nos atinge. Percebemos nesta situação a nossa fragilidade.
Os cataclismos, enchentes, fome, epidemias, doenças, pragas em plantas, seca, terremotos, maremotos, erupções vulcânicas, tornados, ciclones, furacões, trazem mudanças de atitudes. Por um lado desenvolvendo a inteligência do Homem na busca de soluções e, por outro lado, lapidando os sentimentos pela dor, como a solidariedade, a fraternidade, a união entre os povos, o desapego, a paciência, resignação, abnegação, desinteresse, amor ao próximo.
Temos todos em nosso dia-a-dia estes itens permeando nossas experiências, para lapidações, sem a necessidade de vivências tão fortes e sofridas.
Quais escolhas estamos fazendo?
Cabe aqui nos lembrarmos também, que à medida que adquirimos mais conhecimento e experiência muitos flagelos poderiam ser prevenidos e, portanto, evitados.
Quanto às GUERRAS, elas são nada mais, nada menos, que a predominância da natureza selvagem sobre a espiritual e satisfação das paixões.
Só quando os Homens compreenderem a justiça e praticarem as Leis de Deus, a guerra desaparecerá. O objetivo da providência neste item é trazer a liberdade e o progresso. Embora aquele que provoca a guerra em seu proveito necessitará de muitas reencarnações para expiar todas as mortes que causou por ambição.
Com relação ao ASSASSINATO, o primeiro ponto a ser levado em consideração é que aquele que tira a vida de seu semelhante corta uma vida de expiação ou de missão. O segundo ponto é que morre o corpo, mas o espírito é imortal e como somos regidos também pela Lei de Causa e Efeito, com certeza consequências advirão desta atitude.
Quantas obsessões acontecem em função deste ato.
A CRUELDADE é resultado de uma natureza má. Resquícios de uma vivência ainda muito primitiva.
Na crueldade o senso moral não está desenvolvido, mas existe e é sufocado pela preponderância dos instintos. Os espíritos de ordem inferior e muito atrasados podem encarnar em meio a Homens avançados, na esperança de avançarem, embora a natureza primitiva os domine.
Com o progresso da Humanidade estes homens dominados pelo instinto do mal desaparecerão pouco a pouco, como uma seleção natural.
O que nos dizem sobre o DUELO, é que é considerado um assassinato e também um suicídio. O orgulho e a vaidade, duas chagas da Humanidade, são o que movem o duelo.
Quando formos mais adiantados, compreenderemos que a maior grandeza e verdadeira honra estão em se confessar culpado quando errou ou em perdoar quando se tem razão.
Na PENA DE MORTE, percebemos também que houve um progresso, pois sua prática era constante em tempos que ainda não estão tão distantes.
Foi uma prática em excesso em tempos de ignorância, em nome da justiça.
As leis humanas mudam com o progresso e ainda mudarão até que sejam colocadas em harmonia com as Leis Divinas. 
Neste breve resumo, fica o convite para a leitura deste capítulo na íntegra, no Livro dos Espíritos. Essas são questões importantíssimas para uma análise dos tempos nos quais vivemos.
Ficam aqui também, alguns itens para reflexão:
  • Qual a minha participação no sentido de evitar destruições desnecessárias? Sejam elas pessoais, sociais ou globais?
  • Aproveito as experiências diárias, transformando-me na direção da evolução?
  • Quais confrontos tenho conseguido evitar ou lapidar nos meus relacionamentos?
  • Qual a minha contribuição efetiva na preservação do planeta?
Não esqueçamos que as Leis de Deus regem o Macro e o Micro Cosmos. O que vale ao universo, vale ao planeta e a cada ser vivo, e nele estamos incluídos.


                                                                                

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