ed.22 - Psicologia e Espiritismo

Susana Wojcik

O Evangelho de Jesus à luz

da Psicologia Profunda


Jesus, o maior psicólogo que já existiu. Estas palavras não são novas, mas já paramos para analisá-las de forma prática e objetiva?
Nos dias atuais, vivemos em ritmo acelerado e desenfreado, muitas vezes com metas puramente materiais onde não se encontra tempo para refletir sobre as verdades da vida, pois logo a carreira e os prazos corporativos nos atam as mãos e nos castram. Vivemos uma vida horizontal, ignorando nossa verdade espiritual.
Quando Kardec veio e nos disse “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei”, ele não quis dizer que devíamos somente exercer os dois primeiros verbos. Sua mensagem foi de uma completude no que diz respeito ao ciclo natural da vida. Engana-se aquele que insiste em viver parcialmente este ensinamento.
Em busca então de remediar este mal contemporâneo, que muitas vezes afeta a própria saúde do corpo, nos deparamos com um leque de informações e tratamentos variados, opções que a ciência humana vem oferecer na área da saúde mental.
Hoje, o homem tem acesso à mais completa bibliografia sobre assuntos da Psicologia, e se utiliza – graças a profissionais capacitados – dos mais variados recursos para seu tratamento emocional. Uma riqueza infinita que pode e deve ser explorada. Enquanto há meios, há soluções e progresso.
Mas já paramos para refletir que Jesus, mesmo sem os recursos financeiros e tecnológicos do nosso dia, aplicou em si mesmo e ao povo de sua época, a terapia mais elevada de todas? A terapia do amor, a Amorterapia. Em síntese, seus ensinamentos foram: “Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo”. Mestre muito sábio, há 2000 dois mil anos ele veio nos dizer o segredo para nosso sucesso. “Ama ao próximo como a ti mesmo”, ou seja, vai e olha para dentro de si primeiro, aprende a amar-te e a conhecer-te para então amar ao próximo como a ti mesmo. Pois ninguém dá daquilo que não tem.
A partir do momento que nos conhecemos, que embarcamos nessa viagem profunda do autodescobrimento, entendendo o que sentimos, como lidamos com nossas emoções e como isso tudo reflete no nosso próximo e no meio onde vivemos, é que passamos a entender de forma mais madura o nosso papel na sociedade e os mecanismos para nossa sobrevivência no mundo material. Passamos a viver uma vida completa, e não mais a sobreviver.
As passagens do Evangelho de Jesus são orquestradas com os ensinamentos da Psicologia, na obra que aqui destacamos, “Jesus e o Evangelho – À luz da psicologia profunda”, narrada pela nossa querida benfeitora espiritual, psicóloga nata, Joanna de Ângelis, através da psicografia do querido médium Divaldo Pereira Franco.
A obra é composta de 35 passagens do Evangelho, todas vinculadas a explicações profundas e atuais da Psicologia Jungiana. Visto que estamos em época de Natal, tempo em que resgatamos o Amor que Jesus nos ensinou, vamos aqui focar no Capítulo que aborda este tema, “Libertação pelo Amor”, vinculado ao Capitulo XI do Evangelho, Item 8: “...Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.
O ser integral vive para amar e ser amado, e esta conquista se faz quando tratamos nosso ego enfermo, iluminamos nossa sombra e deixamos prevalecer nosso Self.
Jung estudou a psique humana e desenvolveu arquétipos – ou estruturas psíquicas – que são formas sem conteúdo próprio, onde se organiza o material psicológico. Chamou de ego o arquétipo que é o centro da consciência, que tende a ignorar as experiências inconscientes e a contrapor-se a tudo que possa ameaçar este falso sentido de consistência. Chamou de sombra o arquétipo centro do nosso inconsciente, onde fica todo o material psicológico que foi reprimido. Bem como, chamou de Self o arquétipo central, da totalidade da personalidade, onde estão nosso consciente e inconsciente.
Para atingirmos o amor em sua plenitude, é necessário tratarmos nossas más tendências a fim de nos tornarmos seres integrais. Este processo acontece quando transformamos nossos impulsos em sentimentos, nossas atitudes padronizadas em ações lúcidas, nossas heranças enraizadas em conquistas plenas, nossos instintos arcaicos em emoções orquestradas, nossas vontades inferiores em aspirações elevadas.
Só assim atingiremos a libertação através do amor e saberemos seguir os passos que nosso Mestre Jesus nos deixou através de seu exemplo.
“É graças ao amor que os relacionamentos atingem a sua plenitude, porque o egoísmo cede lugar ao altruísmo e o entendimento de respeito como de confiança alicerça mais os sentimentos que se harmonizam, produzindo bem-estar em quem doa tanto quanto em quem recebe”.
Fonte: “Jesus e o Evangelho – À luz da psicologia profunda”. Divaldo Franco, Médium. Joanna de Ângelis, Espírito.


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