ed. 23 - beneméritos da humanidade

Lúcia Maria Silva de Andrade


O grande incentivador das mocidades espíritas

Leopoldo Machado


Ao ler o livro “Leopoldo Machado em São Paulo” de Eduardo Carvalho Monteiro, entendi porque ele foi um dos entusiastas que atuou no processo histórico de unificação espírita e incentivador mor das mocidades espíritas.
Mas quem é Leopoldo Machado? E que processo de unificação é esse?
Vamos por partes!
Primeiro discorrerei brevemente sobre o “Pacto Áureo”. Dia Áureo da Confraternização Espírita em que países como Argentina, Cuba, México, Porto Rico, Estados Unidos, Colômbia e Uruguai, se reuniram no Rio de Janeiro, a 05 de outubro de 1949, o valor do ideal espírita e a influência da Doutrina como fator de equilíbrio espiritual no mundo foram exaltados, em vários momentos, com votos de fidelidade e respeito aos ensinos de Allan Kardec.
Prof. Leopoldo ao lado de diversos companheiros como Lins de Carvalho, Carlos Jordão da Silva e outros, empreendeu uma longa viagem ao Norte e Nordeste, pregando em palestras vibrantes a premência da união da família espírita em torno da bandeira da confraternização, do entendimento.
Poeta, escritor, dramaturgo, orador e ativista, promoveu um rejuvenescimento no movimento, com sua Campanha do Espiritismo de Vivos, em que agitou os centros, centralizados na relação com os “mortos”.
Leopoldo provocou uma reação e melhorou a participação de estudiosos, expositores e influenciou na realização de cursos e aulas sobre a Doutrina. Uma das maiores contribuições que ele deu foi a criação vigorosa das Mocidades Espíritas.
Graças a ele, rompeu-se o círculo fechado dos centros com a entrada de jovens no movimento. As Mocidades Espíritas representaram uma injeção de vigor e rompimento do status sonolento das entidades doutrinárias. Em decorrência do confronto de jovens com os “mais velhos” deu-se nova dimensão ao Espiritismo.
Filho de Eulálio de Souza e Anna Izabel Machado Barbosa era natural de Cepa Forte, atualmente Jandaíra, no Estado da Bahia, nascido em 30 de setembro de 1891. Casou-se com Marília Ferraz de Almeida.
Leopoldo Machado, como era conhecido, iniciou-se na Doutrina Espírita pelas mãos  de José Petitinga, no ano de 1915, tornando-se arauto da fé e do trabalho.
Nasceu paupérrimo, desde cedo se dedicava ao auxílio do lar, quer no aspecto moral, afetivo ou econômico.
Aos 12 anos, seu pai ausente, tornou-se o chefe da casa. Tal era seu senso de responsabilidade, seu amor ao trabalho e à família que sua mãe e seus irmãos lhe obedeciam, embora mais moço. Desta idade até o fim da vida jamais se separou de sua mãe e esposa.
Foi pioneiro do Ensino em Paraíba do Sul, fundando a primeira Escola Normal no interior em 1927 no Colégio Nacional. Educador pedagógico, junto com sua mãe, sua irmã e sua esposa Marília Barbosa, inaugurou em 1º de fevereiro de 1930 o Colégio Leopoldo, tradicional estabelecimento de ensino, considerado uma das melhores organizações educacionais da baixada fluminense.
Fundou também com sua esposa o Lar de Jesus, em 25 de dezembro de 1940, e o albergue noturno Allan Kardec, nos fundos do Centro Espírita Fé, Esperança e Caridade, do qual foi presidente 20 anos, bem como da escola João Batista.
Incentivador do trabalho do jovem e da mulher em sua religião, bem como na escola, provocou uma revolução nos conceitos da época, pois o jovem e a mulher não possuíam participação efetiva. Auxiliou na criação do estatuto da Associação de Caridade Hospital Iguaçu.
Faleceu no Lar de Jesus, na noite de 22 de agosto de 1957. Na manhã deste dia, como se previsse que era seu último dia, mandou chamar o diretor técnico do Colégio Leopoldo e pediu-lhe: “Não transformem nunca meu Colégio em balcão de ensino. Transformem-no antes em hospital. Nunca, nunca, em balcão de ensino”.
Um exemplo a ser seguido!  

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